Episódios 21225 (Ad ' Antônio Silvino - Vota Crimes e - Julgamento q RA PER

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Werewolf by Night e o Terror da Marvel |

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Este trabalho está licenciado sob a Licença Atribuição- NãoComercial-Compartilhalgual 4.0 Internacional Creative Commons.Para visualizar uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc- sa/4.0/ ou mande uma carta para Creative Commons, PO Box 1866, Mountain View, CA 94042, USA.

[EDITORIAL

Com 198 páginas, a edição 14 é a maior edição do CyanZine até o momento, mesmo considerando a fase inicial, um década atrás. Isso graças ao cordel aqui incluído.

Antônio Silvino - Vida, Crimes e Julgamento é um cordel que está sob Domínio Público. Escrito por Francisco das Chagas Batista, não muito o que se dizer sobre o que esperar dele: o título é meio que uma sinopse. Em resumo, é uma longa história do famoso cangaceiro.

Como costumo fazer, editei minimamente a obra. Desta vez, porém, todos os versos editados têm também uma nota de rodapé com os versos originais, para quem quiser comparar.

Além do cordel, esta edição do zine traz um artigo extraído do blog do Velhinho do RPG apresentando Werewolf by Night, uma das novas produções Disney+ /Marvel.

Para fechar, você recebe também uma aventura infantil para XR-lll: Cadê a Pizza?

Assim ficou esta edição. Devido ao trabalho que deu prepará-la, ainda não estou certo se haverá um CyanZine em dezembro. De qualquer forma, As Sementes do Mundo Inferior (que nesta

edição do zine aparece em seus episódios 21 a 25) continuará sendo publicada no Wattpad. E, se tudo der certo, em dezembro ou em janeiro o CyanZine estará de volta.

Feliz com a esperança de dias melhores para todos nós, na expectativa de que o cenário nacional se normalize, mesmo que leve anos para isso, desejo uma boa leitura!

Cárlisson Galdino

CYANZINE $i

Criação e desenvolvimento: Cárlisson Galdino Edição e Diagramação: Cárlisson Galdino

llustração de Capa: O Cangaceiro WIP, de Leonardo Menezes.

Copyright: O conteúdo apresentado, seja criado para o CyanZine ou incorporado a partir de outras fontes, foi disponibilizado sob a licença Creative Commons Atribuição Não Comercial Comartilha Igual ou licença

compatível. Visite https://creativecommons.org

para saber mais.

Wiki do CyanZine: http://wiki.cordeis.com/cyanzine/start

CYANZINE VARMADUM

A temporada Varmadum do CyanZine gira em torno da novela de aventura As Sementes do Mundo Inferior e teve início na edição de número 8. Abaixo segue o principal conteúdo publicado em cada edição.

A Canção dos Reinos -— apresentando o mundo ficcional

Sementes do Mundo Inferior

O Cavalo que Defecava Dinheiro cordel de Leandro Gomes de Barros

O Renascimento da Lenda - conto de Cárlisson Galdino

Histórico do CyanzZine desde a origem

O Pastor e o Cientista cordel de Cárlisson Galdino

XR-Ill - Modo Micro - sistema minimalista de RPG

Resenha da trilogia Athelgard de Ana Lúcia Merege do blog

do tio Nitro

A Igreja do Diabo conto de Machado de Assis

As Sementes do Mundo Inferior Episódios 1a 3

História do Boi Misterioso - cordel de Leandro Gomes de Barros

Human Occupied Landfill - Resenha de RPG

Shadow of the Demon Lord - Resenha de RPG

Iniciação conto de Cárlisson Galdino

As Sementes do Mundo Inferior Episódios 4 a /

A Saga de um Encanador cordel de Cárlisson Galdino

O Relógio de Ouro - conto de Machado de Assis.

As Sementes do Mundo Inferior Episódios 8 a 11

O Príncipe Roldão no Leão de Ouro - cordel de João Melqufades Ferreira

As Sementes do Mundo Inferior Episódios 12 a 20

Despolítica Futebol Clube cordel de Cárlisson Galdino

Eu Desejo mais Desejos -— conto de Cárlisson Galdino

Lasers and Feelings RPG de John Harper traduzido por Cárlisson Galdino

ÍNDICE

Comunicação

421 Reencontro

£2.2. Despedida

*23 Garrafas e Canções 424 Ataque no Mar

*25 Caçar ou não Caçar

Antônio Silvino Vida, Crimes e Julgamento Francisco das Chagas Batista

Sem ÓleoCárlisson Galdino

Werewolf By Night E O Terror Da Marvel........ 161 Cadê a Pizza?Cárlisson Galdino

CyanZine Como Participar?.......................... 196

NOVIDADES! a Em um estado brasileiro chamado Multiverso começam a aparecer pessoas com super-poder conhecidas como miranhas, mas eles neo denne nem imaginam que fazem [ gi &| parte de um plano maior. Este

VA EPA

. EE Es a comes a Cordel do absurdo está à

venda como ebook exclusivamente na Amazon.

= * Um cordel que apresenta a | história do Direito Autoral e o

O aná

| significa das ações sociais

| taxadas como pirataria. Esta . | é a quarta edição do cordel, que pode ser adquirido como ebook na Amazon e no Google Play Livros.

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COMUNICAÇÃO

Temporada CyanPack

dy lo = *06 - Fevereiro de 2012 405 - Dezembro de 2011 04 - Outubro de 2011

CyanZine * Projeto = Edições “= Licença

= Blogs

[Editar]

*03 - Setembro de 2011 *02 - Julho de 2011 *01 - Maio de 2011 &00 - Abril de 2011

CyanzZine está organizado no wiki http://wiki.cordeis.com/cyanzine/start. você tem acesso às edições anteriores. Também está sendo organizada uma relação de blogs que usem a mesma licença da publicação.

As novas edições estão sendo publicadas em:

e Biblioteca Cordéis http://livros.cordeis.com

e Archive https://archive.oro/

e Telegram - https://t.me/ecordel e Whatsapp - 82 9414-2235

Outras formas de distribuição poderão ser usadas e serão divulgadas no wiki e em edições futuras do CyanZine.

Para divulgações relacionadas a cordel, RPG ou fantasia especulativa, dúvidas, comentários e

etc, envie email para cordeis(vyandex.com.

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72] -— REENCONTRO

Ser aventureiro é uma vida difícil para os elfos. Enquanto outras espécies envelhecem até o ponto em que não suportam mais o fardo de viver, nós elfos permanecemos com um mesmo aspecto indefinidamente. Trata-se de uma escolha ousada trocar a imortalidade pela chance de morrer com uma espada enfiada na barriga ou esmagado por pedras de alguma armadilha. Pensando bem, talvez o risco seja similar para os mortais. Afinal, a morte geralmente é o fim, mas a morte anunciada pode dar a chance de viver além da vida, no lar dos deuses. A morte em aventuras não é anunciada e não atrai as coletoras. Como elas levam aqueles que julga dignos, no fim os mortais que se aventuram aumentam suas chances, se sobreviverem, de serem visitados por uma coletora. Na morte, alcançam a imortalidade”

A felicidade da Sharon com o que avistou naquele navio ao longe era contagiante. O restante da tripulação ficou feliz também, mas por perceber que o navio à frente não seria, provavelmente, um problema.

Você não para de olhar pra lá! Eu nem vejo nada direito. um barco.

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Eu consigo mirar mais longe, Neriom, graças ao Açor Real.

Sei, esse arco aí...

vi o Haseid e o Wolfgar. Além do Teraaz, é claro!

Eu não vejo é nada...

Eu sei o que você quer, Neriom, mas não vai rolar. O Açor Real é um artefato de sangue. Enquanto estiver ligado a mim, você não usa.

E não pode desligar um pouco?

Você não sabe como as coisas funcionam, Neriom. Não é bem assim.

bom... Ele abaixa a cabeça um pouco, pensativo, então volta a conversar. Esse Haseid é o oganter?

E, é o nosso especialista em matas, rastros e sobrevivência. Eu também entendo um pouco disso, mas não sou patrulheira.

E esse Wolfgar deve ser o tal anão.

É, ele tem um martelo chamado Pancada de Roko.

Eu me lembro disso. Deve ser bem poderoso, afinal leva o nome de um deus!

É, ele também fica gigante.

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Sério? Do seu tamanho? Porque anões costumam ser bem menores do que você...

Do meu tamanho?! Isso é porque eu disse que ele fica gigante?

O gnomo sorri de forma travessa e desconversa.

Tá, deixa pra lá. E o Teraaz é o feiticeiro? Não, Neriom, é o cavalo!

Ah, o cavalo. Certo. Mas acho nome de feiticeiro!

A elfa sorri e volta a olhar para a embarcação através do arco.

Não estou vendo os outros.

Podem estar dormindo.

De certa forma.

Ô Sharon, não era bom sinalizar pra eles? Alguma sugestão?

Não sei. Podia disparar o canhão.

estamos indo na direção deles como Toró falou. Eu estando aqui quando eles analisarem o navio que se aproxima vai ser o bastante.

O tempo passa e finalmente eles percebem o

navio se aproximando. Após algum tempo

notam a Sharon e respondem com acenos e CyanZine $14 Página 15 de 198

animação. Depois somem de vista, então reaparecem. É uma espera angustiante, mas de uma angústia boa. Não para Nargol, que ainda temia uma traição por parte da elfa.

Não podemos parar muito tempo, Sharon. A marinha está quase em nós. Você tem dez minutos para decidir o que fazer. Toró lhe fala De qualquer forma, ainda precisamos fugir do Porto do Rei Pirata.

Tudo bem. Dez minutos é o bastante. Então se prepare. Vamos desacelerar.

Os dois navios vão aos poucos parando, conforme se aproximavam.

Ei, Sharon! Wolfgar é o primeiro a acenar empolgado, conforme a aproximação era feita. Todos na Estrela de Pedra olham com estranheza.

"Uma elfa amiga de um anão?!” era o que passava na cabeça de todos. A orquina se contorcia de raiva vendo isso.

Sharon sorri e acena feliz. All Thorn responde ao aceno, sem esconder sua felicidade. Afinal, ela havia sido levada para longe como uma forma de atingí-lo. O feiticeiro Ictlun havia feito isso como uma pequena vitória no meio de sua grande derrota.

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Os outros fazem um breve aceno e todos esperam os navios pararem a uma distância apropriada para que possam se reunir.

Sharon salta para o navio deles, deixando, sem perceber, seu novo amigo angustiado, olhando ao redor sem saber o que fazer.

Aqui estão vocês! Finalmente! A elfa diz, devolvendo o abraço de Wolfgar.

Sharon, fico muito feliz e aliviado que esteja bem. All Thorn lhe fala com a voz emocionada. Não era pra ter acontecido aquilo. Se eu pudesse ter evitado de alguma forma, não teria deixado ele te levar daquele jeito.

Eu sei disso. Não se preocupe, acontece. A gente se salvou um ao outro tantas vezes!

Minha bela amiga elfa, o que aconteceu exatamente? Haseid agora perguntava, gesticulando daquele jeito exagerado e teatral. Onde você esteve durante tanto tempo?

Trabalhando em uma mina. disse que sou quase uma anã? Sharon pisca pra Wolfoar, que sorri em resposta.

Bem-vinda, minha amiga! Ezelius, o feiticeiro, se aproxima também. Vocês tem muito o que falar, mas será que podemos conversar navegando?

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Bem-vinda de volta. O monge lld coloca a mão no ombro da elfa em cumprimento e se afasta.

Sharon responde ao Ezelius com um gesto de confirmação com a cabeça.

Espera! Vocês precisam conhecer a turma da Estrela de Pedra, que me ajudou, e meu novo amigo Neriom. Depois vamos embora o mais longe possível dessa ilha maldita, continuar nossa missão de plantio.

Do que você está falando? Ezelius franze a testa. Estamos indo exatamente praquela “ilha maldita”!

E Cárlisson Galdino

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LITERATURA DE TORDEL Eniê UE de EF PS EL

O GÉNIO “4 qa a - Es

“MUNDOREAL OUTROS

Visite o blog de Cárlisson Galdino

tece DESPEDIDA

Magmor é uma espécie do submundo. Maligna e muitas vezes chamada de demônio. Isso não significa muita coisa, que cambions também são muitas vezes chamados assim. Dependendo da cultura, até mesmo elfos recebem esse título desagradável. Os magmor, porém, são grandes e malignos. Inteligentes e quase todos são capazes de lançar magias. O rei de Varmadum é Golvoczur, um magmor megalomanfaco que quer imitar Vorgacnarum. É sabido que as espécies pensantes são incompatíveis para procriação. Ainda não se sabe bem como, mas o rei de Varmadum conseguiu um feitiço que quebra esse bloqueio e lhe permite ter filhos com fêmeas de outras espécies. Ele fez isso algumas vezes, contra a vontade dessas fêmeas. Entre seus filhos estão Brann e lld. Ild viveu isolado, buscando paz interior para lhe proteger do sangue magmor. Hoje ele parece livre de qualquer maldade paterna, graças à fonte do Coração Verde. Até mesmo sua aparência foi redefinida para a de um elfo normal."

Sharon All Thorn lhe olhava preocupado —, eu imagino o que você deve estar pensando. Nós temos uma nova missão, paralela à do

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plantio, mas essa missão foi parte do caminho para resgatar você.

Você não pensando que a gente ia deixar você pra trás, né? Wolfgar pergunta, cruzando os braços À gente não conseguiria entrar nesse mar subterrâneo sem um acordo com ele.

Um acordo? Com o Roxocra...

Roarxorrarnarkvac! Ezelius grita de trás, com um sorriso no rosto.

Sim! Esse aí! E quem é ele?

É o guardião! Wolfgar grita, empolgado Ele que controla quem entra e quem sai da ilha.

O guardião... Ouvi falar dele. Seria um tritão particularmente poderoso, que eu não sei porque estaria aqui preso, se é tão poderoso assim.

Ele é mesmo um prisioneiro, mas quer se libertar. All Thorn complementa a resposta A história dele é complexa. Ezelius foi quem conseguiu conversar com ele. Ezelius e lld.

Vamos lá... O monge assume a narrativa

ao ouvir seu nome Ele é na verdade um

dragão que foi aprisionado por Grugbar. Um CyanZine 414 Página 21 de 198

dragão marinho. Como você sabe, drações marinhos não respiram debaixo dágua em sua forma normal. São dragões azuis voadores. Na água, eles mudam para a outra forma, a de tritão. Tritões são pessoas que não conseguem respirar fora dágua. Você entende disso, não é?

Certo, entendi. Então vamos ter que voltar mesmo praquela ilha maldita...

Meus nobres amigos Haseid fala alto, debruçado sobre o timão A conversa deve estar muito boa, mas temos que seguir. A batalha se aproxima, meus caros!

Então... Sharon pensa um instante Vocês me deem dez minutos, pode ser?

Sharon... O oganter agita os braços em reclamação silenciosa.

lá. O paladino lhe fala, em voz baixa o suficiente para Haseid não ouvir Use o tempo que for necessário.

Depois de pensar um pouco, com Sharon se afastando, ele completa.

Mas não pode ser muito mesmo, a marinha deles está bem perto!

A elfa salta de volta para a Estrela de Pedra e passa entre Rosa e Neriom, dirigindo-se ao capitão.

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Toró, precisamos conversar. Tudo bem. se decidiu? Estamos de partida.

Claro, eu vou com eles. Vocês precisam apenas saber de algumas coisas.

A elfa olha ao redor e Nargol com braços cruzados e olhar cheio de desconfiança; Rosa ansiosa e atenta; e Neriom com uma expressão estranha no rosto, quase uma angústia.

Primeiro, a quarda da rainha não veio à nossa procura. Eles vem em busca do meu grupo, que está vindo em uma missão de enfrentá-la.

Vocês estão loucos? Rosa pergunta, espantada.

O tal guardião de que você falou. Sharon continua, falando diretamente para Toró. ... é um prisioneiro e o meu grupo pretende libertá- lo.

Hmmm... Isso é bem... Inesperado! E você acha que vocês dão conta?

Não sei, mas eles estão dispostos a tentar. E eu vou com eles.

Gostei da ideia. Nargol fala, quase como um grunhido.

Está doida também! Rosa olha espantada para a colega. Quer ir com eles?

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Eu não. Eles indo lá, eles podem vencer e poderemos voltar pro porto de novo quando quisermos. Se perderem, serão menos elfos e anões no mundo. vejo vantagem.

Então tá. Muito obrigada pela ajuda, Toró. Até outro dia. Sharon se vira para o amigo enomo antes de partir. Você entendeu bem a situação, pequeno?

Acho que sim.

Então... Indo com Toró, você estará em segurança. Se quiser, pode vir conosco. Tentarei te proteger, mas não posso garantir nada.

Pensei que você me abandona.

Não, Neriom, não pretendo abandonar você. Mas vai ser muito perigoso e você pode morrer se vier com a gente.

Eu vou com você, mas se uma coisa. O quê?

Você me leva pra fora das cavernas quando você sair das cavernas.

Tudo bem, não vejo problema quanto a isso. Então vamos. Não podemos perder tempo.

Os dois correm pra buscar suas mochilas na cabine e seguem para o outro navio.

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Sabe, Rosa? Toró fala com a mão no ombro da tripulante. Estou bem curioso sobre esses acontecimentos.

Você não está querendo se envolver nessa querra, está?

Não, mas até que tinha vontade.

E Cárlisson Galdino

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423 - GARRAFAS E CANÇÕES

Conheço bastante sobre espécies e a Natureza como um todo. Eu pesquiso e andei por muitas paisagens. Outros que também conhecem muito nesse campo são lld e Haseid. Haseid é um patrulheiro e está na sua natureza lidar com animais e plantas. Quanto a lld, ele também tem seu próprio livro em criação. Enquanto registro descobertas, ações e acontecimentos no meu grimório, Ild mantém um interessante bestiário de criaturas exóticas. Ele recebeu o livro de outro pesquisador. Claro, ele transcreveu para um livro vazio. Vazio e maior, com páginas em branco que ele pudesse preencher com suas próprias descobertas. Wolfgar também tem suas próprias pesquisas, embora não leia ou escreva com tanta frequência. Seu objeto de estudo é a metalurgia, a forja, a cutelaria... Enfim, a criação de armas e armaduras de metal. Esperado de um anão.

Uma canção de pirata ecoa por aquela embarcação. Uma canção divertida que fala sobre o encontro de ilhas-minas ricas em metais diferentes:

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Chegando na ilha do ouro

Fui mordido por um besouro Tive que partir na carreira

Para eu não morrer por besteira Hei! Ho! Vamos navegar Buscando os tesouros do mar!

Wolfgar e Haseid cantam empolgados. E tem a ilha de prata, a de pérola, a de barro...

Na ilha de orichalcum

Vamos pro castelo chato Cortar a cabeça de alguém Da rainha, veja bem!

Vamos acabar com a Grugbar Buscando os tesouros do mar!

Vocês inventaram essa parte, não foi? Sharon pergunta.

Foi, eu inventei. O anão bate no peito, orgulhoso. Ficou bom?

Não sei muito disso, mas não gostei. Pareceu desencontrado.

Deixa de coisa! O que faltou foi um pouco de cerveja!

Isso foi. E o seu amigo novo? Onde anda?

Está com All Thorn. Devem estar debatendo religião ou sei o quê.

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Ah, o gnomo é clérigo!?

Esim.

Bem que estávamos precisando de um clérigo no grupo.

Sharon confirma com a cabeça e sai de perto dos dois. Vai até o monge, que tem ajudado a conduzir aquela embarcação.

As bagas ainda estão com você?

Estão sim. Estão na luva. Ild responde, olhando a amiga.

Tantos meses e não plantamos nenhuma das quatro.

Não podemos controlar tudo. As coisas acontecem a seu tempo.

Você está certo. A elfa gira a mochila e vasculha alguma coisa nela. Enfim, encontra e entrega ao monge. Toma, gostaria que quardasse isso também.

Ele recebe a garrafa e observa com cuidado. E uma garrafa mágica. Pra que serve?

Tudo a seu tempo. Sharon uma piscada.

Sharon... Vai dizer mesmo não?

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Seria mais dramático você descobrir quando ela fosse útil, mas não vou deixar você na curiosidade: ela serve para guardar navios.

Sério? Claro! Vai ser bem útil pra quardar esse aqui. Com certeza!

A propósito... Que navio é esse? Como conseguiram?

Foi em uma cidade abandonada a leste de Xenon. Nós cumprimos uma missão por e, por acaso, encontramos esse navio soterrado, sob muita pedra e areia.

Hmmm... Ele é mágico.

É sim. Eu desconfiei disso desde o princípio. Como ele poderia resistir a tanto peso e por tanto tempo, soterrado? não sei bem o que ele pode fazer de especial. Talvez você possa me ajudar nesse estudo depois.

Claro. Ajudo sim.

Com um movimento rápido de mãos, o monge faz a garrafa mágica desaparecer, como se ele fosse um mágico de circo. Não é à toa que "Mãos de Mágico” seja justamente o nome daquele par de luvas, que são o artefato de sangue de lld.

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De volta à companhia dos dois marinheiros, a elfa escuta uma outra canção deles, falando sobre um navio que deslizava em um mar de areia em busca das lágrimas de Vihva, artefatos lendários que dizem terem surgido quando Aero lhe traiu. Ou quando a rasgou em duas, criando Mavihva. Ou quando ele próprio foi morto para pagar pelos seus crimes.

Wolfoar! Tenho que te mostrar uma coisa. O quê? O anão vai até a elfa, empolgado. ouviu falar de Blugon?

Essa palavra não é estranha.

Prova! Ela estende o cantile o anão o pega animado.

Toma um gole grande e olha para a elfa. Sua expressão começa a mudar para irritação. Finalmente ele cospe tudo o que consegue fora do navio.

Quer me matar, elfa?! Isso aqui é horrível!

Seu paladar pra bebida forte deve ter estragado sua língua.

Bebe então!

Sharon toma o cantil de volta e um bom gole naquela bebida. Não demora muito, está cuspindo também para fora do navio, sentindo

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seu estômago revirar e saltitar em protesto aquele gosto apodrecido.

Não falei? O anão a encara, ainda com a testa franzida. Passa algum tempo, ele relaxa e começa a gargalhar. Se você tivesse a saúde de um elfo, não ia mais se levantar hoje! Negócio ruim da desgraça!

Não entendo. Não era pra estragar tão rápido. Essa coisa tinha muito álcool!

Se preocupa não, amiga, a gente desconta na próxima oportunidade. Precisamos de uma taverna mais do que nunca!

Precisamos. Vamos juntar o grupo. Os navios estão próximos demais. O embate se dará a qualquer minuto.

Falou e disse!

Cárlisson Galdino

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UMA BIBLIOTECA DE EBUUKS GRATUITOS?

Biblioteca Cordéis é uma biblioteca de livros digitais disponibilizados gratuitamente! São mais de 100 livros, incluindo novelas de aventura, contos, cordéis e materiais para RPG.

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Nome Biblioteca Cordéi

Ê y É Se você olhar pra História http://livros.cordeis.com/feed.php || ARevoltaera agressiva RR = O RE RA dO PR = QUEM sofria à injustiça Tomava iniciativa

Numa luta coletiva

Em resposta, os poderosos - Enfrentava o desacato

" E desciam os soldados

| Com prisão e assassinato Pra conter os revoltados

| * Nunca deixavam barato | Cáriisson Galdino

Mesmo assim havia luta

Galdino Cárlisson E | Pra quem tinha algum estudo

Cadê o Super-Homem? Homem? | Qualquer um que leia sabe y * Que se fazer de mudo

- Não resolve o problema No fim piora tudo

f ——ee— | A mudança mais recente E Cárlisson Galdino | De quem tem todo o poder r | n | De julgar e de oprimir | Ê O a De comprar e de vender | R Transformou o nosso mundo

- Nesse que hoje a gente

- No mundo da compra e venda “Tudo agora tem valor

“Terra, planta e animal

O que a indústria fabricou

A criação cultural

Tempo do trabalhador

Cáriisson Galdino

Castelo Gótico

- E para se alimentar

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Holt - ATAQUE NO MAR

“Orichalcum é uma grande riqueza da natureza. Trata-se de um metal imprescindível para a criação de certas ligas metálicas poderosas. Ele é rosado e bastante resistente. Suas ligas estão presentes em qualquer equipamento, arma ou proteção que valha a pena ser preservada. O martelo de Wolfgar -- a Pancada de Roko -- é feito principalmente de adamantina, uma liga de orichalcum e ferro. All Thorn tem um colete leve e muito resistente, de um preto brilhoso. É de dratem, uma rara liga de orichalcum e xirang. A Lâmina de Prisma, de Haseid, aquela espada que parece ser de vidro e ainda assim é tão resistente, é feita de uma liga de orichalcum e vidro chamada oriprism. Até mesmo o Açor Real tem orichalcum. No caso, em uma liga com madeira, cedrasil. Dizem que apenas equipamentos perfeitos, impecáveis, conseguem receber magia e se tornar de fato mágicos. Alguns encantadores trabalham com itens feitos de alguma liga de orichalcum.

Um dos navios da rainha começa a atirar, próximo. Os guardas preparam mais outro disparo, levantando a pesada bola. Um dos dois é atingido por uma flecha azulada, bem no ombro. Soltando a bola em dor e colocando a

mão na flecha, ele pretende retirá-la. Sua mão CyanZine 414 Página 34 de 198

chega ao local e a flecha não está mais ali. O outro começa a gritar com ele por ter deixado a bola ir ao chão, mas a flecha azulada acerta sua cabeça e ele cai. A flecha também não está na sua cabeça quando ela bate no chão.

Logo que a flecha reaparece na aljava mágica da Sharon, o navio muda bruscamente de direção, quase derrubando seus tripulantes. All Thorn aproveita para fazer uma oração protetiva para todos os seus aliados.

A manobra que Ild fez no navio os posiciona no meio da frota inimiga, forçando uma mudança de abordagem. Para não ter risco de atingir uns aos outros, eles decidem parar os canhões e se aproximar, usufruindo de sua vantagem numérica.

Dois inimigos no navio, atacando quem podem. A espada curta bate no cajado de Ezelius, o Corisco. A espada do outro invasor encontra a Lâmina de Prisma que, mesmo parecendo ser de vidro, resiste bem ao golpe.

Vendo a confusão aumentar, Neriom corre para dentro da cabine e observa com atenção e zelo o que acontece fora.

É o quê?! Wolfgar grita contra um outro guarda que chega tentando lhe golpear, enquanto Haseid recebe mais outro adversário.

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Vocês vem em dois contra a minha pessoa? Com a mão livre, o patrulheiro pega uma pequena estatueta de pedra na forma de uma pantera. Venha, amiga minha, equilibrar esta batalha!

A estatueta é jogada por Haseid e começa a se contorcer como um felino real, e crescer também, pousando no chão como uma bela e enorme pantera negra com seus olhos amarelos e brilhantes.

Aqueles dois ogânteres fardados recuam um pouco se olhando, assustados com aquele enorme animal. A pantera alguns passos de lado e então salta no pescoço de um deles. O braço na frente, por instinto, impede um golpe fatal, mas não impede de cair de costas no chão com o pesado felino em cima.

Agora está mais equilibrado. Haseid provoca, girando a espada na mão e olhando para o quarda que ainda está de pé.

Um grito ecoa no navio. Os que não estão acostumados com Wolfgar olham para ele espantados e veem seu corpo crescer junto com todo o equipamento até atingir o dobro do tamanho que antes tinha. Num giro ascendente do martelo, o guarda espantado é atingido no peito e voa para fora do navio, caindo na água sabe-se em que condições.

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Quem é o próximo? O anão gigante pergunta, batendo de leve o martelo na palma da outra mão.

Neriom abre a boca diante de toda aquela cena. Aquele grupo não se parece com nada que ele tenha visto. Ele começa a pensar em como foi que conseguiram sequestrar sua amiga se o grupo parece tão competente. Talvez esse inimigo feiticeiro seja mesmo perigoso demais.

Do outro lado, Ezelius concentra sua energia mística e busca uma brecha nos ataques do inimigo para poder lançar seu golpe mágico.

Outro navio encosta e mais soldados chegam. Um deles salta perto de Haseid.

Vocês estão demorando muito. Ele comenta com o outro soldado, que aponta a pantera e seu parceiro anterior. Entendi.

Não tem jeito. Haseid fala, erguendo os braços. Vocês querem vir de dois contra um... Então faz um assobio estranho.

Neriom olha pra Haseid, curioso, seguindo o assobio. Justo naquele momento, acontece uma explosão silenciosa de luz e ele não mais nada. O som de combate continua.

O assobio era o aviso aos aliados de que o patrulheiro iria usar uma das habilidade da sua Lâmina de Prisma. A explosão de luz cega quem

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a ver, mas por pouco tempo. Pouco, mas muitas vezes o bastante.

Wolfgar o soldado, que havia acabado de pular no navio, perto dele, agora com os braços levantados em defesa. Sem pensar duas vezes, ele agarra o braço do sujeito e o joga para o lado, fazendo-o se chocar contra o guarda que ameaçava Ezelius.

Usando a espada curta, Sharon fere a perna de outro, que se aproximava dela antes da luz de Haseid.

Do outro lado, All Thorn empurra mais um soldado para fora do navio usando o escudo, golpeando outro em seguida com sua espada. Teraaz se vira e aplica um belo coice, concluindo a expulsão daquele outro inimigo.

Entre as cenas que Neriom não pôde ver, está o momento em que, finalmente livre de adversários, Ezelius consegue concluir o que planejava. Um brilho vermelho sai de seus olhos, enquanto ele ergue os braços vocalizando um estranho mantra. Num gesto de mão que lembra entediados num bar tentando acertar cartas de baralho em um lixeiro, aquele elfo dispara uma bola vermelha do tamanho de uma maçã.

A bola vai em seu trajeto, leve, e atinge um dos navios inimigos, que se aproximava para descarregar mais soldados.

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Encostando no navio, aquela pequena "maçã mágica” se torna uma enorme bola de fogo e se pode ver a tripulação saltando desesperada pra água. Os outros navios se afastam, indo embora.

Se o navio fosse de madeira seria melhor. E o que Ezelius comenta, enquanto o grupo se reúne após a batalha.

E Cárlisson Galdino

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rg Um Noetá métide E:

qa repentista entra 4 numa batalha de - | RAP.

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PEDRO VADA-. e CONTRA MEME Cárlisson Galdino

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HODB CAÇAR OU NÃO CACAR

Muito pouco sabemos sobre as terras submersas. A comunicação entre os povos da terra e da água nunca foi boa. Sereias e Tritões são perfeitamente inteligentes. Têm seus próprios estudos e suas próprias criações. São até mesmo usuários de magia. Não sei como as trilhas de magia se comportam por lá. Alguma não está presente? Existe alguma exclusiva? É o trabalho que alguém um dia terá que fazer. Quanto a sereias e tritões, são interessantes. Sereias se parecem muito com humanos, mas têm rabo de peixe. São capazes de respirar fora dágua, mas a locomoção é difícil. os tritões, mesmo tendo pernas, eles não são capazes dessa respiração, ficando presos ao mundo aquático. Como nós, aqui no mundo terrestre. Pelos relatos a que tive acesso, eles tem corpos mais pesados e dificilmente vão para regiões rasas. Também se parecem mais com os povos lagartos do que com os humanos. *

Como foi isso? Neriom se aproxima do erupo agora que sua visão começa a normalizar. A espada dele tem uma magia que garante vitória? É assim?

Ô, seu baixinho! O próprio Haseid se abaixa perto do gnomo para lhe falar. É

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quase isso. Ela faz uma explosão de luz que deixa os inimigos sem enxergar nada.

E como ela não afeta vocês?

E cobrir os olhos! O oganter um sorriso e um leve peteleco na aba do chapéu de Neriom antes de se levantar.

Tá, mas foi pouco tempo. Onde estão os guardas? E os navios? A espada também destruiu tudo?

Calma, Neriom, estão ali. Sharon responde, apontando em uma direção. Estão fugindo, derrotados.

Ah... Ele observa um pouco, pendurado na lateral do navio, depois olha ao redor. Mas não tinha mais navios? Vocês conseguiram afundar eles?

Sim, nós afundamos um deles. All Thorn responde ao gnomo. Outro foi afundado não por nós, mas pelo guardião da ilha. Neriom, tudo que está acontecendo deve ser novo para você e espero que você tenha tempo para se acostumar. Certamente vai ter. Agora precisamos continuar nosso debate estratégico. Felizmente ninguém se feriu muito. Você se feriu, Neriom?

Não, acho que escondi bem.

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Otimo. Agora, voltando. Temos que seguir imediatamente, mas vamos caçar os navios que estão fugindo ou não?

Ezelius acaricia seu cajado e sua posição:

Por mim, a gente vai atrás. tempo de alcançá-los.

Como eles sabiam que estávamos aqui? Ild pergunta.

Bom ponto. Sharon complementa.

Pensei que eles estivessem atrás de mim e da Estrela de Pedra. Como sabem que o objetivo deles, desde o início, era atacar nosso grupo?

Isso o guardião falou. O monge responde e continua. Meu ponto é que eles sabiam que estávamos chegando. De alguma forma, sabiam de nós. Então não faz muita diferença os navios escaparem ou não.

Eu entendo o que quer dizer. Wolfoar fala, em seu tamanho habitual de anão, enquanto coça a barba. O que podia nos motivar a caçar seria para evitar que eles informem sobre nós antes da hora. Como eles sabem de nós, vale a pena a gente caçá-los? Se todo mundo topar, eu tou dentro, de qualquer forma.

Isso faz sentido. All Thorn conclui, após pensar um pouco. Vamos voltar a navegar agora, mas sem perseguí-los. Caso eles

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queiram confusão, estaremos prontos para eles. Sharon? Quer ficar na gávea? Ele pergunta, apontando para a cesta suspensa no mastro central.

Com certeza. Imediatamente ela sobe para o posto de observação, sem nem pensar duas vezes. É a que enxerga mais longe e melhor, logo não haveria lugar para ela mais apropriado que esse, em benefício da equipe.

embaixo, todos retomam seus postos e o navio volta a deslizar pelas águas rumo aquela ilha que, por ironia do destino, tem nome de "rei" mas é governada por uma rainha.

E eu fico onde? Neriom pergunta ao paladino, em tom prestativo.

Você pode ficar onde quiser, desde que não atrapalhe ninguém! Com o que você tem experiência?

Com plantaç... Com plantio! Também sou sacerdote, mas sabe.

Sim, você falou que era clérigo de Kreskajia. Ele para um pouco e o gnomo, que lhe acompanhava, para também. Então All Thorn suspira, antes de complementar. Quer saber de uma coisa? Eu sei como você se sente. Eu também não tenho tanto o que possa fazer em um navio. Veja: Haseid e Wolfgar têm bastante

experiência no mar. Ild e Ezelius estão CyanZine 414 Página 44 de 198

estudando o navio para descobrir o que mais ele é capaz de fazer, que mágica esconde.

sei o que posso fazer. —Eo que é? Companhia. Faço companhia a você!

All Thorn sorri com aquele gesto da pequena criatura de chapéu branco. Os dois caminham até o cavalo.

O nome dele é Teraaz, não é? E. Por que sai essa luz dos pés dele?

Esses detalhes fazem parte da natureza dele. Eu simplesmente não sei. Por que não pergunta você mesmo?

Ele fala!? Sim, eu falo.

Isso é bem legal! Ei, All Thorn, qual é o nome do navio?

Não sei.

Podíamos dar um nome a ele! E o que sugere?

Que tal Silvalenus?

E o que é isso? CyanZine %14 Página 45 de 198

E um nome especial, que significa...

Meus nobres? Haseid chega até o trio. Lembra aquela história de não afundar os navios? Ele aponta para o mar vazio à frente. Parece que esquecemos de combinar com o tritão...

Cárlisson Galdino

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XR-II - RPG DIFERENTE

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XR-IlIl é um sistema de RPG multimodo. São

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Vida, Crimes e Julgamento

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ANTÔNIO SILVINO VIDA, CRIMES E JULGAMENTO

FRANCISCO DAS CHAGAS BATISTA

Leitor, em versos rimados Vou minha história contar Os crimes que pratiquei Venho agora confessar Jurando que da verdade Jamais hei de me afastar

Pedro Batista de Almeida E Balbina de Morais Casados na Igreja foram Os meus legítimos pais Nascidos em Pernambuco E do Pajeú naturais!

Nas margens do Pajeú

No distrito de Ingazeira Junto à Serra da Colônia Vi o Sol a vez primeira Ao nascer trouxe nas veias Sangue da raça guerreira

1 Casados catolicamente | Foram meus legítimos pais

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Nasci em setenta e cinco Num ano de inverno forte No dia dois de novembro Aniversário da morte

Por isso o cruel destino Deu-me de bandido a sorte

Meu avô foi muito rico

E meu pai foi abastado

Mas não me mandou educar Porque onde eu fui criado

O povo não aprecia

O homem civilizado

Ali se aprecia muito

Um cantador, um vaqueiro Um amansador de potro Que seja bem caatingueiro Um homem que mata onça Ou então um cangaceiro

Meu pai fez diversas mortes Porém não era bandido Matava em defesa própria Quando se via agredido Pois nunca guardou desfeita Morreu por ser atrevido

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Enquanto eu era pequeno Aprendi a trabalhar Chegando aos 14 anos Dediquei-me a vaquejar Abracei aos vinte anos

A profissão de matar

No ano noventa e seis Meu pai foi assassinado Pela família dos Ramos sendo nosso intrigado Um deles, o José Ramos Que era subdelegado

Para punir esse crime Ninguém se apresentou

A Justiça do lugar Também não se interessou Aos bandidos a polícia Pareceu que auxiliou

E eu, que vi a Justiça

Mostrar-se de fora à parte Murmurei com meus botões

Também eu hei de arrumar-te “Eu não quero lei melhor

Do que seja o bacamarte”2

2 Não quero. código melhor

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Eu chamei pela Justiça Esta não quis me escutar Vali-me do bacamarte Que me veio auxiliar

Nele achei todas as penas Que um código pode dar!º

No bacamarte eu achei

Leis que decidem questão Que fazem melhor processo Do que qualquer escrivão As balas eram os soldados Com que eu fazia prisão

Minha justiça era reta

Para qualquer criatura Sempre prendi os meus réus Em casa muito segura

Pois nunca se viu ninguém Fugir duma sepultura!

é Que um código pode encerrar!

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No dia cinco de junho

Do ano noventa e três

Fiz eu as primeiras mortes Matando dois de uma vez! Manuel Ramos Cabeceira

E um tal João Rosa de Arez

Depois que fiz essas mortes Fiquei desacomodado Começaram a perseguir-me De Ingazeira o delegado Um tal de Francisco Brás Matei-o, fiquei vingado

Então a família Ramos

Fugiu para Imaculada

Onde por Delmiro Dantas

Foi protegida e guardada Nunca mais peguei um deles Nem mesmo numa emboscada

Desde esse tempo que vivo Sofrendo perseguição

Mas com minha atividade Sempre evitei a prisão Vendo-me assim obrigado A fazer-me valentão

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No ano noventa e sete

Um meu parente e amigo O velho Silvino Aires Dissera-me: “Vem comigo Ao Teixeira, que eu preciso Vingar-me de um inimigo”

De noventa e sete, em junho Nós cercamos o Teixeira

O delegado Dantinho

Deu uma boa carreira

Foi isso que o livrou

De uma surra ligeira

Porque meu tio Silvino Desejava castigar

Esse delegado afoito

Que um dia mandou cercar Sua fazenda e os móveis De casa mandou quebrar

Quando nos desenganamos De não pegar o Dantinho Voltamos pro Pajeú

Pra lugar que nos convinha Dali fomos pra Campina Onde uns parentes eu tinha

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Fomos à vila do Ingá

Com o Prisco, nosso amigo Esse encontrou na estrada Marcela, um seu inimigo Que foi logo assassinado Por não fugir do perigo

Pouco depois desse crime Meu tio e Cheme voltou Para o Pajeú de Flores Onde a polícia o pegou Nosso grupo reuniu-se

E seu chefe me aclamou

Ao ver-me chefe do grupo Meu nome próprio mudei Então por Manuel Batista Nunca mais eu me assinei E foi de Antônio Silvino O nome que eu adotei

A Justiça do Ingá Processou-me, mas voltei A essa vila e o Paço Municipal assaltei

E os processos que havia Ali os incendiei

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Abril de noventa e nove Em Canhotinho abracei A profissão de marchante Depois então assentei Praça no quartel local

E três meses policiei?

Com duas horas de luta Resolvi me retirar

E disse ao José Augusto

Agora vou me ausentar “Prometo-lhe em pouco tempo Com o senhor me avistar”

Dias depois, em Matinhas Com o mesmo me encontrei Tinha ele quinze praças Com as quais então lutei Ele prendeu-me um cabra

E um soldado baleei

Bem perto de Gravatá

De Bezerros, fui cercado

Por um senhor João Gonçalves Que era subdelegado

Desse cerco eu me evadi

Com um braço baleado

4 Em abril de noventa e nove

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Nessa luta sanguinária

Dois capangas eu perdi

Os outros me abandonaram Quando sozinho eu me vi Pra não cair na esparrela Sem perder tempo, fugi

Em abril de novecentos

Eu em Cabaças estava

E o capitão Augusto

Que em minha pista andava Cercou-me com trinta praças Quando eu menos esperava

Dentro de um engenho velho Fiz uma trincheira forte

De onde atirei cinco horas Não houve nenhuma morte Dali fugi com os meus

E procurei outro norte

Estava eu na guarda local Quando um doutor me chamou E me disse: “Amigo Antônio Minha esposa me deixou E se você for buscá-la Seis contos de réis lhe dou” CyanZine 414 Página 58 de 198

“Está em Santa Filonila

A mulher a quem procuro Na usina de Santos Dias Traga-me que eu asseguro Terá seis contos de réis Isto eu lhe garanto e juro”

Fui com meu primo Argemiro E um grupo que juntamos Cercar a usina citada

Porém quando chegamos Nem o major, nem afilha

Em sua casa encontramos

Uma mocinha da casa Talvez por ser imprudente Passou em frente a meu rifle Que a feriu inconsciente Lamentei a morte dela

Por ter morrido inocente

O capitão Augusto Em Fagundes me cercou Com uma tropa que em mim Duas horas atirou Prendeu um dos meus capangas E dois de bala matou CyanZine 414 Página 59 de 198

a CÁRLISSON EALDIND

Um mis fi Ela cybeta greste RES |“. Direto da Literatiira de Cordel” * Com cenário XR-lll e Novela de aventufa Í

CARLISSON GALDINO

OX PR=nse:

Último Matataxi de

Arapiraca

(O) a =

gua ()!

MR

CENÁRIO DE RPG

CYBERAGRESTE || PARA XR-III

Cárlisson Galdino

pra

Nesse combate matei

De Augusto um soldado Deixei um sem uma orelha Um com o olho furado

Um de cabeça rachada

E outro com um trilhado”

Durou mais de meio dia Esse combate sangrento Ao faltar-me munição Deixei o acampamento

E fiquei de fora olhando Do combate o movimento

Estando eu fora do cerco Dei ainda um tiro, que sinto Ter ele alvejado apenas

O alferes Paulino Pinto

Ao Angelim não matei Porque não vi o distinto

No tiroteio, os soldados Seis cangaceiros mataram E pegaram nove à mão Que também assassinaram Como se sangra animais Eles aos homens sangraram

5 Deixei um sem orelha

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Os que puderam fugir Desembestaram a correr Dizendo: “O diabo é que espera Para sangrado morrer”

Cada qual mais precavido Procurava se esconder”

O sargento José Lopes

Vendo o alferes baleado Ordenou sangrassem os presos Obedecendo-o um soldado Não o matei porque o rifle Estava descarregado

Vi matarem todos nove

De um a um por escala Mataram todos à faca

Para não estragar bala Somente Antônio Francisco Morreu sem perder a fala*

8 Não quiseram estragar bala

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Em junho do mesmo ano

Eu estava no Surrão

Com cinquenta companheiros Tinha muita munição

E gente para brigar

Até com um batalhão

Estávamos todos juntos Na casa do José Gato Apenas o Rio Preto Estava doente no mato José matou uma rês

Para nos dar melhor trato

Eram oito horas do dia Estávamos bem acalmados Quando inesperadamente

Por cento e vinte soldados

Eu junto a meus companheiros Nos vimos todos cercados”

Eram dois os comandantes Desse reforço inteiro

Alferes Paulino Pinto

(Da Paraíba o primeiro)

E o capitão Angelim

(De Pernambuco) um guerreiro

* Eu e meus companheiros

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Era uma luta medonha Todo esse povo atirando As balas perto de mim Passavam no ar silvando O tiroteio imitava

Um tabocal se queimando

A polícia entrincheirou-se Dum riacho na barreira Donde nos fazia fogo

Era uma boa trincheira

Se eu não fosse cuidadoso A tropa não voltava inteira

Em novecentos e dois

Pelo Ingá ia passando

Quando encontrei um enxerido Que andava denunciando

De mim e meus companheiros Sem mais nada o fui matando

A quinze de fevereiro

De mil novecentos e três

Em Filgueira, Pernambuco

Vi pela primeira vez

A um meu perseguidor

Matei-o com rapidez CyanZine 414

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Esse meu perseguidor

Era um subdelegado Francisco Antônio Cabral Sendo homem precipitado Vivia me perseguindo

Mas dele estou descansado

Matei Marcos dos Pinhões

No mesmo ano, não estou Lembrando agora em que mês Ele a mim denunciou

Por isso tirei-lhe a vida

Que pouco, aliás, me custou

Em Aroeiras matei

Um pombeiro de primeira Era um tal de Severino Que servia de “chaleira” Fez uma vez a polícia Dar-me uma boa carreira

Em novecentos e quatro Eu no Mogeiro me achava O ex-sargento Manuel Paz Nessa ocasião passava Fiz a ele o que ele a mim muito fazer tentava CyanZine 414 Página 65 de 198

Esse tal Manuel da Paz

No tempo em que era soldado Emboscou-me muitas vezes Fez-me andar todo assustado Porém eu com um tiro Matei-o e fiquei vingado

Fugi do Surrão. No Estado De Pernambuco encontrei A um dos meus intrigados A quem eu não perdoei Era Sebastião Correia

Este com um tiro o matei

Na Fazenda de Pedreiras Distrito de Caicó

Estado do Rio Grande Eu quase que fico

eu me vi apertado Qual moleque no cipó

O tenente Tolentino Nossa fazenda cercou Com uma força de polícia Que, peito a peito, atacou Nós trocamos muitas balas Mas ele não me acertou CyanZine 414 Página 66 de 198

Logo com o primeiro tiro Dois sargentos derrubei Com uma bala certeira Ambos de uma vez matei Depois de dar outros tiros Fora do cerco pulei

Dessa vez o Tolentino Matou-me seis cangaceiros Dentre eles um menino

Que era dos meus companheiros O que tinha mais coragem

Seus tiros eram certeiros

Tolentino perseguiu-me Porém eu pude fugir

Para o Estado do Ceará Onde pude residir

Alguns meses, sem ninguém Onde eu estava descobrir

Outubro do mesmo ano

Fui dos meus acompanhado Para a Vila do Pilar

estava encarcerado

Um amigo e pra soltá-lo

Fui em traje de soldados

—Eyangre Hg ——————— Página 67 de 198

8 Em outubro do mesmo ano

Quando cheguei ao Pilar Do quartel me apossei Da munição dos soldados Também me apoderei

E as chaves da cadeia

Do carcereiro tomei

Soltei em seguida os presos E amarrei os soldados

Que encontrei no lugar Deixando-os encarcerados Como eles não se opuseram Não fiz mal aos desgraçados

Os soldados na cadeia Presos com o carcereiro Dirigi-me ao delegado

Que me deu algum dinheiro Procurou logo imitá-lo

Um distinto cavalheiro”

9 Com os soldados na cadeia | Deixei também o carcereiro

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Quando saí do Pilar

Para o Ceará subi

E no Cariri de novo Alguns meses residi Senti que me perseguiam Sem perder tempo fugi

Com destino a Pernambuco Do Ceará eu regressei

Na volta, no Município

De Piancó eu passei

No povoado Bonito

Numa casa me hospedei!?

De ofender os moradores

Eu não levava intenção Mesmo eu não tinha intrigados Naquela povoação

Mas nada disto livrou-me

De uma grande traição

Juntou o subdelegado Alguns homens no lugar Moradores e com eles Quis desta arte me cercar Ele estava preparado Para a vida me tirar

E na povoação de Bonito

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E quando eles me cercaram Eu não ousei resistir Porque uma bala certeira Veio a meu rifle partir

E eu, vendo-me desarmado Tratei logo de fugir

Em novecentos e cinco

Eu meti-me em questão feia A pedido de um amigo

Dei uma surra de peia

Em um sobrinho legítimo Do Sr. José Gouveia

Então o José Gouveia Julgando-se desfeiteado Dissera que me matava

Para o rapaz ser vingado Porque nunca um seu parente Tinha de peia apanhado

Ele não quis perder tempo

Logo que pensou assim

Foi-se valar da polícia

Para perseguir a mim

Declarando a todo mundo

Que havia de me dar fim CyanZine 414

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Uma arma e uma miss do

..e ela, precisa de mais?

J | Porque mem budo que é belo é frágil

Q cáriisson Galdino com.br

Novela de aventura e fantasia urbana

Dirigiu-se à Capital

Da Paraíba, então

O presidente do Estado Nomeou-o capitão

De polícia e deu-lhe ordem Pra minha perseguição

Foi também até Recife

Igual ordem recebeu

o chefe de polícia Soldados lhe ofereceu Passou-lhe uma carta branca E armamento lhe deu!!

Disseram que ele vinha

E eu fui então tocaiá-lo Perto de Caruaru

Eu resolvi esperá-lo

Porém um grande acidente Privou-me de encontrá-lo

" Foi também ao Recife | E a mesma ordem recebeu

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Eram dezoito do mês

De dezembro. Eu tinha ido Esperar o Gouveia

Mas não tava prevenido Fui feirar em Trapiá

Pois queria estar munido!

Eu não fui a Trapiá Matar ninguém nem ferir Fui comprar munição Pra melhor me prevenir Julgando que ninguém Me havia de perseguir

Estava eu dentro da feira

Quando um homem perguntou-me Você é Antônio Silvino?

E de repente atirou-me

Nesse mesmo instante um negro Outro tiro disparou-me

Os tiros não me feriram Nem me fizeram pavor Eu na fumaça da pólvora Gritei ao atirador

Que era Antônio Nicácio Celebérrimo inspetor

12 Mas, não estando prevenido

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Bandido, segura o tiro “Não faz coisas de menino! Repara que está pegado

É com Antônio Silvino! Vamos ver no ferro frio

Se dás parte de mofino”

Proferi essas palavras

com o meu punhal na mão E lancei-me ao inspetor Veloz como um furação Dei-lhe a primeira facada Abaixo do coração

Ele pulou para trás

Com a ligeireza do gato

E gritou: “Estou ferido!” Quando vi do sangue o jato Gritei-lhe: “Cuide na vida Porque eu agora o mato!”

Travamos renhida luta

Então com poucos momentos

Eu fiz-lhe com meu punhal

Outros grandes ferimentos

Ouvi-lhe dizer: “Morri

Sem vencer os meus intentos” CyanZine 414

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Nisso senti por detrás

Uma terrível pancada

Eu fiquei tonto e tombei Bem por cima da calçada Ergui-me no mesmo instante Tendo a cabeça rachada!

Foi o negro que atirou-me E que me deu à traição Com o rifle que disparou Essa pancada e então Desembestou a correr Ligeiro que um cão

Recobrei logo os sentidos

E o traidor procurei

Porém não pude encontrá-lo Quase possesso fiquei

Nisso meus cabras chegaram E eu fazer fogo mandei

38 Por cima da calçada

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Atirem nesses diabos Eu gritei à cabroeira

Em menos de dez minutos Estava acabada a feira

O povo tinha corrido

E ganhei a capoeira

E depois que todo o povo Tinha desaparecido

Uns no mato, outros nas casas Estava tudo escondido Encontrou-se um homem morto E um cavalo ferido

Todas as portas da rua

Num momento se fecharam Uns noivos que estavam Ninguém sabe onde esbarraram Num beco um menino morto Depois os cabras acharam

Depois de tudo acabado Resolvi me retirar

A rua estava deserta

Não tinha com quem brigar Pelo capitão Gouveia Decidi não procurar

CyanZine 414

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Então, com os meus companheiros À Paraíba voltei

No distrito de Campina

Um inimigo encontrei

A tiros e a punhaladas

A ele eu assassinei

Manuel Rodrigues Torres Chamava-se esse senhor Que era meu inimigo

E também perseguidor Fiz a ele o que farei

A quem me for traidor

Em novecentos e seis

A vinte e seis de janeiro Estava eu nos Tatus

Com o meu grupo inteiro Quando ao capitão Gouveia Dei o combate primeiro

Gouveia ao cercar-me disse

Silvino, segura o tiro! Respondi-lhe: “Seu Gouveia Você hoje perde o giro

Pois se não matar-me eu o mato E se ferir-me eu o firo!”

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Travamos um tiroteio

Que durou quase uma hora Então Gouveia bradava

Antônio Silvino, agora “Ou você se entrega ou morre Ou esmorece ou vai embora!”

Respondi-lhe: “Não me entrego Nem morro, nem esmoreço

É certo que vou embora

Para outra vez me ofereço Lembre-se sempre de mim

Que de você não me esqueço”

Dito isto, os cabras dele

De mim se aproximaram

Eu dei a última descarga

E ouvi dizer: “Me mataram!” E outro gritar: “Me acudam Que os cabras me balearam!”

Receei que a munição

Fosse logo acabar

E disse aos meus companheiros Devemos nos retirar “Desinteiramos a tropa

Não temos quem esperar”

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No Estado da Paraíba

Com um correio me encontrei Das malas que ele trazia

Eu logo me apoderei

Então tomei testemunhas

E as malas todas queimei!!

E dei ao correio as coisas Que a ele pertenciam Queimei as malas porque Julguei que elas traziam Dinheiro ou instruções Para os que me perseguiam

E depois que eu tomei As malas desse correio O governo entendeu Que esse era um ato feio E então em minha pista Uma grande escolta veio

A companhia inglesa

Em construção de uma linha Atravessou uma terra

De propriedade minha Procurei para dizer-lhe

Que isso não me convinha

4 No Estado do Paraíba

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Foi a sete de setembro De novecentos e seis Ao povoado Mogeiro Destinei-me dessa vez a cortar o fio aéreo

E pegar algum inglês

O fio do telegrama

Logo ao chegar eu cortei

E uma pilha de madeira

Na linha férrea eu deitei

Foi graças a essa astúcia

Que um trem de lastro esbarrei

Ao senhor Chico de

Que era um dos passageiros Dirigi-me, por saber

Ser ele dos empreiteiros

E ele me deu cem mil réis

Pra mim e meus companheiros

Eu disse ao Chico de Eu venho aqui lhe avisar “Que essa terra me pertence E pra o trem nela passar É preciso a companhia Primeiro me indenizar” CyanZine %14 Página 80 de 198

“São trinta contos de réis Que a mim terá que pagar A companhia inglesa

Do contrário hei de arrancar Os trilhos, e por aqui

O trem não de passar!”

Então o Chico de Prometeu-me que daria

O meu recado aos ingleses Gerentes da companhia Para que eles mandassem A exigida quantia

Ao governo federal

A companhia inglesa Mandou pedir garantia

Ele, com toda presteza Mandou vir um contingente Da companhia em defesa

Do batalhão Vinte e Sete

Noventa e quatro soldados

Vieram em meu alcance

Sendo estes comandados

Por quatro oficiais

Homens experimentados CyanZine 414

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Seria mais uma h cavaleiro e dr

Não fosse o cavaleiro um bardo

Em dragão um antigo g mal resolvido

CASO de amor

Do segundo batalhão Quarenta praças valentes Vieram me perseguir Guiados por dois tenentes Na cidade de Campina Juntaram-se os contingentes

Então o capitão Formel Dividiu em diligências

As forças que comandava Tomando mil providências Garantindo não falharem As suas experiências

Resolvi deixar o plano

De embaraçar a linha

De ferro porque essa força Disposta a matar-me vinha Então vinte de novembro Entrei em Alagoinha!

Na vila de Alagoinha

No momento em que cheguei A todos negociantes

Sem demora coletei Procurador do Governo Desde então me intitulei

15 Então a vinte de novembro

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No dia dois de dezembro Do ano referido

Entrei na Alagoa-Nova Sendo ali bem acolhido Coletei todo o comércio E em tudo fui atendido

No quartel policial

No momento em que eu entrei Dentro da Alagoa-Nova

E o telégrafo cerquei

Dos soldados que havia

Até a roupa tomei!

Peguei todos os impostos

Fiz muito bom apurado

E depois telegrafei

Ao presidente do Estado Dizendo-lhe que ao comércio Eu havia coletado!”

E ao telégrafo cerquei Y Recebi todos os impostos

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Em seguida retirei-me

Logo que fiz a cobrança Contra mim ninguém se opôs (Nunca vi gente tão mansa)

E entrei no dia seguinte

No povoado Esperança

No povoado Esperança

Dois macacos eu prendi Como eles não se opusessem Soltei-os, não os ofendi Então dos negociantes

Os impostos recebi

De Esperança dirigi-me

À vila de Soledade

de José do Couto

Com quem tinha inimizade Cerquei a casa, mas este Fugiu, com sagacidade

Na Vila de Soledade Recebi pouco dinheiro Fugi dali e no distrito De Caruaru, em janeiro De novecentos e sete Persegui um fazendeiro

CyanZine 414

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Coronel Manuel Emídio Que era o sub-prefeito Também dono da fazenda Que eu cerquei sem proveito Por não encontrá-lo em casa Porém fiz tudo a meu jeito!$

Logo ao chegar na fazenda Alguns animais matei

E os dois paióis de algodão Em seguida incendiei Então pelo coronel

Emídio não esperei

Perto de Taquaritinga Num pequeno povoado

A que chamam Salgadinho No mês acima falado Entrei, e logo o comércio Fui deixando coletado

E no dia vinte e seis

Do mesmo mês de janeiro À barra de S. Miguel

Fui com meu grupo inteiro Ali uma boa surro

Eu dei num alcoviteiro

18 Que era sub-prefeito | E o dono dafazenda

CyanZine %14

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Quatro praças que estavam Em ceroulas os deixei

Então da mesa de rendas

Eu logo me apoderei

O dinheiro que havia

Para o meu bolso passei

Incendiei os papéis

Todos da arrecadação

Deixei nus os empregados Conduzi a munição

Dos soldados e os deixei

Sem farda, “comblaim” e facão

no lugar Serra Verde Município de Umbuzeiro

Eu encontrei dois “macacos” A oito de fevereiro

Com dois tiros lhe provei Que sou muito escopeteiro!?

* Emo lugar Serra Verde

CyanZine 414 Página 87 de 198

A vinte e oito do mês

De fevereiro eu voltei

Para a Vila do Pilar

Ali o quartel cerquei

E então prendi os soldados E as armas lhes tomei

Fui ver depois a prisão

E soltei cinco coitados

Que nessa imunda cadeia Estavam encarcerados

E alguns desses prenderam Por serem bem descuidados

Depois de soltar os presos Eu tomei a direção

Da casa de resistência

Do doutor Napoleão Porém não o achei em casa Nessa ocasião?”

20 Tomei a direção

CyanZine %14 Página 88 de 198

Do comendador, a esposa A senhora Dona Inês

Pude tomar quase à força Seis magros contos de réis E se em casa houvesse mais Eu tomava dessa vez?!

Então dirigi-me à loja Do mesmo Napoleão

quatro contos de réis Na gaveta do balcão Encontrei e vi que a mim Tocava aquele quinhão

À municipalidade Pertencia esse dinheiro Porém eu que do governo Sou o principal herdeiro Apossei-me desse cobre

E em guardá-lo fui ligeiro!

Quando da loja saí

Eu fui à coletoria

Ali deu-me um coletor

O cobre que em cofre havia Sendo este do governo

A mim também pertencia

21 Da mulher do comendador

CyanZine 414

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Visitei todo o comércio

Fiz muito bom apurado

E vi que de muito povo

Eu me achava acompanhado Alguns pediam-me esmolas Então não me fiz rogado

Uns quatrocentos mil réis Com os pobres distribuí

Não serve isso pra minha alma Porque esta eu perdi

Mas serve pros miseráveis Que estavam nus: os vesti?

Um oficial de justiça Escreveu, por mim ditado Um pequeno telegrama

Ao presidente do Estado

que a um homem assim Não se usa mandar recado

22 Não serve isto pra minh'alma | Mas serve prá os miseráveis | Que estavam nus e

eu os vesti

CyanZine %14

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No telegrama eu lhe disse Que abandonava a questão Da companhia inglesa

E depois pedi-lhe, então Que ele a força federal Retirasse do sertão

Às onze horas da noite Retirei-me de Pilar

Sem que se dessem conflitos Não achei com quem brigar Conseguindo pôr-me ao fresco Sem ninguém me incomodar

Em dias do mês de abril Na vila de Cabaceiras Ataquei um fazendeiro Porém com boas maneiras Seis contos de réis passei Para as minhas algibeiras

No dia quatro de maio Pelo lugar Cachoeira

De Caruaru matei

Pedro e Antônio Ferreira Na povoação Mandaçaia Fiz ataque de primeira?

Em o lugar E | E na povoação Mandaçaia | Fiz um ataque de primeira

CyanZine $14

Página 91

e 198

Veio o capitão Narciso, Homem que honra o seu galão, Com cem praças escolhidos Do quatorze batalhão

Aliado ao Vinte e Sete Perseguir-me no sertão

No dia treze de maio

Em Bocondó eu estava Quando a força do Exército Que em minha pista marchava Deu-me alguns tiros, julgando Que dessa vez me matava

Saí de Bocondó

Até não muito apressado... Então um soldado disse Que eu saíra baleado Porém ele se enganou Pois seu tiro foi errado!

Provar que não fui ferido Dois dias depois eu quis

E no povoado Queimados Onde sempre fui feliz

Eu prendi o delegado

Um tal de Antônio Muniz? —€yanzneHM4————

24 E na povoação em Queimados

Página 92 de 198

Uma aventura no subterrâneo

Uma missão de plantio para proteger a superfície.

CÁRLISSON GALDINO

Semanalmente no wattpad um Ho mia

Preso estando o delegado Eu prendi o seu suplente E também um inspetor Que ali se achava presente Nenhum se opôs à prisão Nem se meteu a valente

Guiado pelos três presos

Que me deram um dinheirinho Fui à casa do usurário

Senhor Demétrio Coutinho Quinhentos mil réis deu-me ele Dizendo: “Fico lisinho!”

No dia trinta de maio

Com um comboio me encontrei No Estado de Pernambuco Logo as cargas embarquei

E no lugar de Rio Grande

As mesmas incendiei

Ao major Lucas Donato Protetor de um intrigado Que pertencia o comboio Que foi por mim incendiado Julguei que para o Bonito Fosse o comboio levado?”

25 Meu pertencia o comboio

CyanZine & Página 94 de 198

Aos matutos do comboio Prejuízos eu não dei

E ao tal Lucas Donato Dizer por eles mandei

Que o frete lhes pagasse Das cargas que eu queimei

O alferes Caetano

Com mais de trinta soldados

Me atocaiava bem perto

Mas eu, com os meus apressados Seguimos outro caminho

E fomos para Afogados

Quando cheguei em Afogados Procurei logo avisar

A toda minha família

Para dali se mudar

Porque os meus perseguidores

Queriam-na exterminar!?e

26 Para esta dali se mudar

CyanZine %14

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De setembro em dezenove E em Maria de Melo Cerquei a mesa de rendas E sem que houvesse duelo Trezentos mil réis do chefe Tomei sem fazer apelo

Prendi e desarmei quatro Soldados que nesse dia Estavam lá. O dinheiro

Que levei, me pertencia

Dei ao chefe a porcentagem Que o governo lhe devia

Com a companhia inglesa Fiz uma acomodação Deu-me ela quinze contos Abandonei a questão

E o contingente do Exército Se retirou do sertão

De novecentos e sete

Em maio no Cariri

Estava numa fazenda Quando cercado me vi!

E nesse cerco eu um cabra De confiança perdi

CyanZine 414

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Era o Zacarias Neves

Quem a força comandava

E enquanto a tropa a fazenda Por frente e por trás cercava Eu com o dono da casa Descuidado conversava?”

Quando eles romperam fogo Saltaram para o terreiro Então nos primeiros tiros

Eu vi um meu companheiro Cair crivado de balas

Era o Sebastião Bicheiro

No tiroteio uma bala Arrancou-me a cartucheira Conheci logo que a tropa Ocupava uma trincheira Então fugi com os meus

E a tropa voltou inteira

Na Fazenda Muribeca

Duas surras mandei dar

Em dois cabras da fazenda Que se quiseram armar Contra os meus companheiros Que os souberam castigar

2! Por diante e por detrás cercava

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Em dias do mês de julho Eu passei em Gameleira Que fica perto do Ingá Como ia na quebradeira O senhor Zuza da Mota Encheu a minha algibeira

A onze do mesmo mês Eu em Machado passei E do Sr. Manuel João Um conto de réis tomei E na Vila de Natuba Dois contos arrecadei

Matei um filho de Marcos Que morava nos Pinhões No princípio de setembro Quis ele formar questões Comigo, porém passei-lhe De minha arte umas lições

A vinte e oito de setembro

Em S. José dos Cordeiros

Eu entrei com o meu grupo

Composto de seis guerreiros

E ali de um velho usurário

Nós fomos os dizimeiros CyanZine 414

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O velho Vicente Magro

Em S. José habitava

Dirigi-me à casa dele

Dizendo que precisava

De umas moedas de ouro Que ele enterradas guardava?

O velho, que era usurário Disse que não conservava Esse dinheiro enterrado

Mas eu lhe disse onde estava E acrescentei que se ele

Não m'o desse, eu o matava

O velho, atemorizado Arrancou essas moedas

Que estavam enterradas Debaixo de umas pedras Mas para m'as entregar Levou primeiro umas quedas

Dizendo-lhe que precisava

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Chegaram então dois rapazes Que eram do velho parentes E contra mim os dois tolos Se meteram a valentes Vi-me obrigado a matar

Um desses dois inocentes

Um eu matei a punhal

O outro, menos caipora Comprou veado e fugiu Danado de porta a fora Dei-lhe um tiro pra espantá-lo E deixei-o ir embora

De novecentos e nove

Vim, a dois de fevereiro Bem perto de Serraria

Em casa de um fazendeiro De nome Alfredo Chianca Homem valente e guerreiro?”

Então Alfredo Chianca Vinte vezes me atirou

E acabando a munição Da casa a porta trancou Arrombei-lhe uma janela E ele a mim se entregou

29 Estive, a dois de fevereiro

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Não ofendi ao Chianca Porque eu me admirei

Da sua grande coragem Quando em sua casa entrei Dei-lhe um abraço apertado E amigo dele fiquei

No dia vinte passei

Na povoação Cachoeira

Que alguém chama de Cebola Não era um dia de feira

Mas uns negociantes Encheram minha algibeira

Então, de João Farias

Eu a casa incendiei

Em Clementino de tal

Uma boa surra dei

De Manuel Borba e Juvência Algum dinheiro tomei

No dia seguinte eu estava Descansando em Malhadinha Quando me alcançou uma tropa Que em minha pista vinha Então, com os meus companheiros Fugi, porque me convinha CyanZine %14 Página 101 de 198

Eram o José do Couto

E mais o alferes Maurício

Os comandantes da tropa Que obrigou-me ao sacrifício De dar comprida carreira

Pra fugir ao precipício

A tropa não nos cercou

Mas muitos tiros nos deu Mandei dar quatro descargas E fugi com o povo meu

Da casa onde estava, o dono No tiroteio morreu

Era o velho João Martins Eu não vi a sua morte Porque havia fugido E procurado outro norte

Quando os soldados lhe deram

Para o céu um passaporte

Deixei em Pedra Lavrada

Para essa tropa um aviso

Dizendo que a esperava

E que seria preciso

Levar algumas mortalhas

Que eu lhe daria prejuízo! CyanZine 414

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A treze de abril estive

Na barra de Santa Rosa

Ali quinhentos mil réis

Me deu o Manuel Feitosa Soma igual o Manuel Bezerra Me deu com cara chorosa

Então tomei de um soldado As armas e cartucheira

E depois disse aos matutos Que se encontravam na feira Que ali não pagassem mais O imposto de barreira

No dia treze de julho

Eu em Fagundes cheguei um negro e uma negra Com duas surras matei Eles a mim foram falsos E eu nunca lhes perdoei

No princípio de janeiro De novecentos e dez Tomei do coronel Lula Dois magros contos de réis Nada fiz em fevereiro Em março espalhei os pés CyanZine 414 Página 103 de 198

Pe 7 | Day

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A cinco do dito mês

Eu botei uma emboscada

No alferes Joaquim Henriques Perto de Pedra Lavrada

Ele vinha com a tropa

E meteu-se na cilada

A cinco do mês de março Em Araçá eu cheguei E com o chefe da estação Mui calmamente almocei Ali do Sr. José Pedro Quinhentos mil réis tomei

Fui a dez do mês de abril Visitar meu inimigo

Um tal Manuel Tavares Queria dar-lhe um castigo Mas ele fugiu ao ver-me Não quis se entender comigo

Residia em Pocinhos Esse que fui visitar

encontrei sua esposa Por quem mandei avisar Que lhe dava três dias Pra ele dali se mudar

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Hoje de muito dinheiro Então eu disse, “preciso!” Depois de a Manuel Tavares Eu ter dado um prejuízo Ataquei Francisco Afonso Pretendi deixá-lo liso

O velho Francisco Afonso

Que é caipira verdadeiro

Me disse: “Eu não tenho um réis!” E eu lhe disse: “O cavalheiro Pagará com uma surra...”

Nisso, ele deu-me o dinheiro

Então no dia seguinte Quando eu deixei esses lares Ao arame telegráfico

Cortei em cinco lugares

Fiz na linha o que não pude Fazer com Manuel Tavares!

Meia légua mais ou menos Distante do povoado

De nome Pedro Lavrada

De serras num apertado

Com meu povo entrincheirei-me Estando bem municiado

CyanZine 414 Página 106 de 198

Eram dez horas do dia Quando eu a tropa avistei

No alferes Joaquim Henriques O primeiro tiro dei

E por não querer matá-lo Apenas o baleei

Nisto, meu grupo que estava Comigo, entrincheirado Também atirou na tropa Feriu uma bala um soldado Não o matou, mas deixou-o Pra toda a vida aleijado

Um cabo também saiu

Com a perna baleada Deu-nos a tropa alguns tiros Porém, ao ver-se cercada Fez como eu tenho feito Deu uma carreira danada

Joaquim os seus feridos Para Campina levou

Mas o alferes Maurício

Que com ele se encontrou Prosseguiu na minha pista Com três dias me alcançou”?

30 Joaquim Henriques os feridos

CyanZine

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Com uma légua de distância Da povoação Periquito Encontrei-me com Maurício Em um lugar esquisito Dessa vez não me pegaram Porque sou muito perito!?!

A tropa estava escondida Dentro do mato, almoçando Quando eu vinha distraído Com dois homens conversando Pegaram a meter-me duchas

E quase me iam matando!

Nem ao menos tive tempo

De um tiro disparar

Pois se eu perdesse um minuto Não me podia salvar

E por não ir prevenido Resolvi-me retirar...

1 Dessa vez não pegaram

CyanZine 414

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Foi a dezoito de abril

Que eu estava no Juá Fazenda pouco distante

Da vila Taperoá

Quando um correio caipora la passando por

Era ele o João Domingos

De três malas portador Tomei-lhe as malas e abri-as Achei cartas com valor

Em dinheiro e deste eu fiz-me No mesmo instante senhor!

Alguém ainda pediu-me Pra as cartas eu não romper Porém a esses pedidos Resolvi não atender

Pra não perder o ensejo

De ao governo ofender

Eu sei que governo paga Qualquer quantia avultada Que o agente ou estafeta Deixa ser extraviada

Por isso a correspondência Fora por mim violada

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Não ofendi ao correio

Por ele não merecer

É um simples empregado

Que cumpre com o seu dever

E mesmo a quem não me ofende Eu não gosto de ofender

Abri as malas somente

Pra do governo vingar-me

E também pra do dinheiro

Que eu encontrasse apossar-me Cento e quarenta mil réis

Foi o que pôde tocar-me

Nas Zonas do Cariri Demorei-me um mês inteiro

A vinte e sete de maio Maurício, o audaz guerreiro Achou-me a pista e buscou-me Como quem busca dinheiro

O alferes dividiu

A força que comandava

Em dois grupos de oito homens A uma tropa guiava

O sargento do Couto

A outra ele comandava

CyanZine 414

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Dos soldados do alferes

Um era rastejador

E pôs-se a seguir-me a pista Qual perito caçador

não me alcançaram cedo Pois sou muito animador

À vila de Soledade

Eu segui em direção

Toda essa tarde seguiu-me A tropa em perseguição Perderam à noite a pista Devido à escuridão

Debaixo de um umbuzeiro A tropa se aquartelou

E ali toda essa noite

Ela acordada passou

Que eu estava muito perto O alferes não suspeitou

Quando a luz da madrugada Principiava a raiar Aproximei-me da tropa Pude a observar

Mas eu nessa ocasião

Não quis a ela enfrentar

CyanZine 414

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Então com os meus companheiros Ligeiros como quem voa

Fomos esperar a tropa

Adiante numa lagoa

De uma cerca de pedra

Fizemos trincheira boa

Eram oito horas do dia Quando eu na trincheira entrei A tropa demorou pouco

O primeiro que avistei

Em frente à boca do rifle Com um tiro o derrubei

Era ele o tal soldado

Que me ia rastejando

Caiu sem dar mais um passo!

E os outros recuando

Nesse momento os meus cabras Foram os rifles disparando

Ouvi fazer um soldado

A Maurício este convite:

Alferes, atire logo

“Em Silvino a dinamite!”

Eu aos meus disse: “Fujamos E ninguém se precipite!”

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Devido ao troar dos tiros Meu pessoal não me ouviu O fogo estava cerrado

O alferes investiu Atirei-lhe na cabeça

E ele por terra caiu

O alferes teve tempo De três tiros disparar

A bomba de dinamite Não me conseguiu atirar Porque eu o matei logo Antes dele me matar

Um soldado ainda gritava:

Atirem logo essa bomba!

Corri e gritei aos meus:

Corram que o diabo é quem zomba “Da terrível dinamite

Que onde bate tudo tomba”

Seis minutos mais ou menos Depois que os tiros cessaram Dois soldados corajosos

Do alferes se aproximaram Do dinheiro que levava Então logo se apossaram

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Voltei ao campo da luta Para ver quantos morreram As praças que estavam Quando me viram correram Com tanta velocidade Creio que até se perderam

Atirei-lhe ainda de longe E creio que a um baleei Mas deixei-o ir embora Dos mortos me aproximei E da bomba envenenada Logo ali me apoderei

Eu guardei comigo a bomba Por ter dela precisão

Então os meus companheiros Nessa mesma ocasião Carregaram do dois mortos Fardos, rifles e munição

Ao ver que tinha morto

Meu maior perseguidor

Senti o meu coração

Possuído de rancor

Por ter dado a morte a um homem Que me metia pavor

CyanZine 414 Página 114 de 198

a CÁRLISSON EALDIND

Um mis fi Ela cybeta greste RES |“. Direto da Literatiira de Cordel” * Com cenário XR-lll e Novela de aventufa Í

CARLISSON GALDINO

OX PR=nse:

Último Matataxi de

Arapiraca

(O) a =

gua ()!

MR

CENÁRIO DE RPG

CYBERAGRESTE || PARA XR-III

Cárlisson Galdino

pra

De esmigalhar o cadáver

Senti um desejo insano

E covarde e friamente

Executei esse plano

Porque o meu coração

Não tem mais nada de humano

Com uma pedrada deixei-lhe A cabeça esfacelada

Depois mandei cada um

Dos meus dar-lhe uma facada Fiz tudo isso e não senti

A minha alma perturbada

Sei que minha alma está Muito negra e empedernida Porque cento e uma vez Tenho me feito homicida

O crime hoje é a coisa Mais comum da minha vida

Se eu não matasse Maurício Creio que ele me matava

Pois era o oficial

De quem eu mais receava

A bomba que ele trazia

Era o que mais me assombrava

CyanZine 414

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A bomba, essa eu guardei Os papéis que encontrei Como fossem do governo Incendiá-los mandei

E sem encomendar outros Da Barra me retirei

Eu o fio do telégrafo

No mesmo dia cortei

Em dez ou doze lugares Depois avisar mandei

A polícia de Campina

E com os meus me ocultei

Também estive em Serrinha Onde ordenei a um soldado Que o imposto de barreira Por ele ali arrecadado Fosse pela metade

Aos sertanejos cobrado

Fui em julho a Maranguape Aonde fui bem aceito

Ali hospedei-me então

Na fazenda do prefeito Este deu-me um tratamento Que me deixou satisfeito

CyanZine 414 Página 117 de 198

Pediu-me muito o prefeito Para eu não ir à cidade Atendi o seu pedido

De muito boa vontade Pois com pessoas dali

Eu não tinha inimizade

Então aos negociantes Mandei logo um mensageiro Com cartas minhas, pedindo A todos algum dinheiro Mandaram-me o rico arame Ninguém se fez de estradeiro

Fui em setembro de mil E novecentos e dez

À barra de S. Miguel

E espalhei os pés Matei, pedi e tomei Quase três contos de réis

dois soldados quiseram Comigo se arreliar

Porém eu matei um deles E no outro mandei dar Uma surra e no meu grupo Fi-lo à força bruta entrar

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Então guiado por ele

Eu fui à Mesa de Rendas

O dinheiro que achei

Mal deu para as encomendas Eu embolsei-o dizendo

Este é pra minhas merendas

Na Mesa de Rendas todos Bem perto de Soledade

Eu consenti a meus cabras Fazerem perversidade

Com a família dos Couto Com quem tenho inimizade

Num irmão do do Couto Dar uma surra mandei

E o compadre João de banda Dar na mãe dele deixei

Do velho Couto um paiol

De algodão incendiei

Foi esta a primeira vez Que consenti espancar Uma mulher, pois no velho É que o compadre ia dar Não o achou, deu na velha Pra viagem aproveitar

CyanZine 414 Página 119 de 198

Então ordenei à velha Com o marido repartisse As pancadas que levou

E ao do Couto pedisse Pra ele ir criar seus filhos E comigo não bulisse?*

No ano mil e novecentos

E onze, ainda brigado

Não tinha eu uma vez Quando em abril fui cercado Pelo alferes Ramalho

Que me deu algum cuidado

Foi no lugar São Mamede Que esse encontro se deu Alguns jornais afirmaram Que o meu grupo correu

Foi erro, vou aos leitores

Contar o que aconteceu

O alferes José Ramalho Julgou que eu era pixote Atirou-me entrincheirado Porém deu errado o bote Porque eu não sou arara

Me entrincheirei num serrote

$2 Que com o marido repartisse

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Ele atirou-me de longe

E um tiroteio cerramos

Que durou mais de uma hora Até que ambos esgotamos Toda a nossa munição

E depois nos acalmamos

Depois que a luta cessou Esperei o resultado

Que ficou por isso mesmo A força tinha arribado

Notei então que um dos meus

Tinha sido baleado

No dia nove de agosto Assisti a um casamento Perto de Taperoá

Com grande contentamento Participei do banquete

E de todo o divertimento

A um padre que estava

Assisti de confissão

Dispensei-o de rezar

O ato de contrição

Limitou-se a responder-me

O que lhe perguntei então CyanZine 414

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Depois que o absolvi Ordenei-lhe que guardasse Para mim algum arame Para quando eu precisasse Disse ele que a meu dispor Estava, se eu o ocupasse

Saí então da fazenda

De Jocelino Vilar

E logo no dia seguinte

Eu consegui me encontrar Com primo Antônio Godô, E juntos fomos andar

No dia doze estivemos

Na Passagem: cortei

O arame telegráfico

Pois com este me intriguei Porque ele é mexeriqueiro Com prazer o estraguei

Estive também a passeio

Em São João do Sabugi

conceição do Azevedo

Currais Novos e Araci

Fiz por boas colheitas

E voltei pro Cariri CyanZine 414

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Em Conceição do Azevedo

A música me visitou Dinheiro, buquês e baile

O povo me ofertou

E ainda gente que diga Que ao Rio Grande não vou?!

A vinte e quatro de agosto Da Viração muito perto

O alferes João Facundo Num lugar pouco deserto Emboscou-me, porém eu fui mais do que ele esperto!

Eu vi a tropa emboscada Então desviei-me dela

e num boqueirão da serra Tocaiei-a com cautela Voltou a tropa e mais tarde Caiu na minha esparrela

Quando a força se chegou Nove tiros lhe enviei E nesse mesmo momento Ao alferes então gritei Se não correr, comandante Sua tropa arrasarei!

CyanZine 414

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Quis o alferes resistir-nos

Mas viu logo ali feridos Caírem quatro soldados Todos soltando gemidos Diziam: “Se não corrermos Matam-nos esses bandidos!”

A tropa ainda me atirou

Mas pôs-se logo a fugir

Eu também não esperei

Que outra pudesse vir

E pus-me ao fresco, os feridos Resolvi não perseguir

Na noite do mesmo dia Encontrei um conhecido Que me procurou abraçar Mas eu me fiz distraído

E dei-lhe tão grande tapa Que o deixei no chão caído!

$3 Porém viu logo ali feridos

CyanZine 414

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Poucos dias depois disto Com a polícia me encontrei Trocamos ainda alguns tiros Mas eu a ninguém matei

E tendo enganado a tropa Pra longe me retirei

Em novembro, em Macapá Fui visitar Manuel Belo Mas como não o encontrei Para entrarmos em duelo Deixei-lhe a casa queimada E o mobiliário em farelo

Ao chegar em Macapá

o genro dele achei Deu-me este a chave do cofre E o que dentro encontrei

Foi uns dez contos de réis Desses então me apossei

O Manuel Belo movia Contra mim perseguição Por isso queimei-lhe a loja E um vapor de algodão

E dei-lhe mais um recado: Não esperasse perdão”?

34 Dei-lhe mais um recado | Que não esperasse perdão

CyanZine %14 Página 125 de 198

Dias depois eu estive

Na povoação de Serrinha Passei na vila Pilar

Onde a terra é quase minha E depois fui ocultar-me

Em lugar que me convinha

De novecentos e doze

Em maio, no alto sertão No lugar Riacho Seco

Eu tive o ensejo então

De encontrar meu inimigo O negro Antonio Carão

Esse negro a um meu parente Havia assassinado Simplesmente pra roubar

E por ser meu intrigado Matei-o à bala e por mim

O seu corpo foi queimado”

5 Foi seu corpo queimado

CyanZine 414 Página 126 de 198

Seria mais uma h cavaleiro e dr

Não fosse o cavaleiro um bardo

Em dragão um antigo g mal resolvido

CASO de amor

Dei-lhe dois tiros, deixando-o Muito ferido no chão

Fiz por cima do seu corpo Uma coivara e então

Ateei fogo e deixei-o

Virado em cinza e carvão

No dia sete de junho Em Santa Luzia entrei

E então dos negociantes Uns trinta contos levei E no capitão Aristides Uma grande surra dei

uns dez anos jurei

De Aristides me vingar

Porque dois cabras meus foram À polícia se entregar

E ele os mandou na cadeia

De fome e sede matar

Prometi dar-lhe uma surra E a promessa cumpri,

E então a sua família Dessa vez eu persegui

De alguns levei dinheiro De outros os bens destruí

CyanZine 414 Página 128 de 198

Fui à vila de Afogados De Ingazeira, onde nasci E uns nove contos de réis Naquela vila colhi

Mas o Desidério Ramos Por caiporismo não vi

Parei perto do Monteiro Estive na povoação

De Jatobá e em Queimadas Fiz boa arrecadação

De Santa Cruz uns dois contos De réis consegui então

A quinze do mês de julho Eu fui à Santa Maria

E os moradores de Julgando que eu corria Deram-me uns tiros, mas eu Reagi como devia

Com poucas horas de fogo Os cabras esmoreceram Acabaram o tiroteio

E para o mato correram Eu tomei conta da rua

E todos ali sofreram!

CyanZine 414

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Incendiei quatro casas

E dei de peia a valer! Deixei diversos feridos

não fiz nenhum morrer Porque eles correram logo E quem corre quer viver

Fui ao Engenho Filgueiras Do major João Florentino Ele outrora perseguiu-me E eu fui dar-lhe um ensino Pra ele saber que Deus Matará Antônio Silvino

Cerquei-lhe a casa, mas ele Quis se meter a guerreiro Brigamos mais de uma hora Matou-me ele um cangaceiro Matei-lhe outro e ele ferido Foi para o Limoeiro

Logo que o major fugiu

Do engenho me apossei

Recolhi todo o dinheiro

Depois as casas queimei Cinquenta contos de réis De prejuízo lhe dei

CyanZine 414

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Paguei a um camarada Para o meu cabra enterrar E voltei à Paraíba

Perto da Vila Pilar Demorei-me decidido

A alguns dias descansar

As malas de um correio Perto de Patos tomei

E toda a correspondência Que ele trazia, queimei, Foi essa a terceira vez Que esse crime pratiquei

Das Espinharas da Serra Das Preacas eu estava

Em uma furna, era noite Ali dormindo eu sonhava Que o espírito de Maurício De surpresa me atacava

Dizia-me: “Ô Silvino Prepara-te pra lutar

O que fizeste comigo

Agora me vais pagar

Visto os vivos não quererem

A minha sorte vingar”

36 Dizia-me: “Sinvino

CyanZine %14

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Ergui-me sobressaltado

E um tiro disparei

Contra o fantasma e então Muito ligeiro acordei Ouvindo um grande rugido Quase assombrado fiquei

Esse rugido abalou

Até o mais fundo reconco

Da furna, a serra tremeu Desde a cimo até o tronco Percebi rapidamente

Que de uma onça era o ronco!

Então atirei na fera

Que sobre mim se lançou E deu um tapa no rifle Que distante o atirou

E ouvindo o estampido Mais assanhada ficou!

Dei um pulo para trás

E da pistola puxei

Porém no mesmo momento

Que um tiro lhe disparei

Deu ela na arma outro tapa

E desarmado fiquei CyanZine 414

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Felizmente nessa gruta Entrava a luz do luar

E o solo era espaçoso Continuei a pular

Me desviando da fera Que me tentava agarrar!

Num desses saltos eu pude Puxar da cinta o punhal

E apertei-o na mão

Com uma ira infernal Dizendo: “Se eu não morrer Mato esse audaz animal!”

A onça era tão ligeira

Como de um raio o clarão Eu não voava porém

Mal sentava os pés no chão Compreendi que em matá-la Estava a minha salvação

E quando a fera avançou

De arma em punho esperei

E então ao da goela

Tal punhalada lhe dei

Que o punhal, enterrado

Dentro dela abandonei CyanZine 414

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Ela em minha mão esquerda Deu uma grande dentada

E onde passou as unhas Deixou-me a pele esfolada me feriu no momento

Em que dei-lhe a punhalada*'

A onça, ao ver-se ferida Um enorme salto deu Rugindo com tanta força Que a serra estremeceu Então por sobre o lajeado O corpo em cheio estendeu

Enraivecida, rugindo

Tentava se levantar

Procurando em vão com os dentes A arma do peito arrancar

E eu, desarmado, temia

Que ela voltasse a lutar

37 Em que lhe dei a punhalada

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Quando a fera se aquietou Da gruta me retirei

E todo o rosto da noite Noutra furna repousei Somente pela manhã

Meus companheiros busquei

E reunido ao meu grupo Nessa furna penetramos

À onça morta a um canto Logo ao entrar encontramos Minha pistola e meu rifle Ambos quebrados achamos

Vi que no peito da fera

O punhal estava enterrado E reparei que o meu rifle Tinha o coice esfacelado A pistola achei-a longe Com o gatilho quebrado

Então do peito da onça

O meu punhal arranquei

E o sangue que o ensopava Logo em um lenço limpei Depois, com muito cuidado Eu a onça examinei

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Era uma onça pintada

De formas descomunais

Os dente pontiagudos

Unhas longas, desiguais Tinha os músculos dianteiros Mais grossos que os demais

Retiramo-nos da gruta

E minhas feridas curei Consertar as minhas armas

Por um ferreiro mandei

E junto aos meus companheiros Outras zonas procurei

No rio Grande do Norte Com a polícia me encontrei E com o comandante desta Então conferenciei

E para pagar cerveja

A ele logo intimei

O major Seabra jurou Comigo não intervir

Eu também lhe garantia Com os deles não bulir Pois eu mato soldado Que me anda a perseguir

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De novecentos de treze

Eu em janeiro cheguei

A Cachoeira dos guedes

E do Rufino levei

Dois contos, e um telegrama Para a Capital passei

Às altas autoridades

Nesse telegrama eu disse Que pretendo morrer Em adiantada velhice

E que elas, me perseguindo Cometem grande tolice!

A força que acompanhava O alferes Irineu Encontrou-me em Soledade E alguns tiros me deu

Mas fugi estando na casa De um velho amigo meu?

Em Lagoa do Remigio

Fui à agência do correio Botei pra fora o agente Somente porque era feio Tomei-lhe o cobre dos selos E contra mim ninguém veio

$8 Mas fugi por estar na casa

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Uma vez dono da agência Dei logo um expediente E avisei ao diretor

Que ali eu era o agente

E que todo o apurado Tocaria a mim somente

Então de um negociante Comprei muita munição Arranjei muito dinheiro Depois da arrecadação Ao povo da Serraria

Fui passar uma lição

Perto da Vila hospedei-me Veio ali me visitar

O major Antônio Bento Que logo mandou chamar O delegado e este foi Meu imposto arrecadar

Eu estava no Ingá

Na casa dum camarada

Quando inopinadamente

A fazenda foi cercada

Por soldados da Polícia

Que não arranjaram nada CyanZine 414

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Porque com muita cautela Resolvi me retirar

Da fazenda, pois não quis Contra a polícia atirar Nesse dia eu não tinha Disposição de matar

muito que procurava Encontrar um valentão Que para lutar comigo Tivesse disposição

E de achar esse duro Tive um dia ocasião

Perto de Brejo de Areia

A quatro de fevereiro

De novecentos e nove Encontrei esse guerreiro Que não me matou porque Me vali de Deus primeiro

Era um sujeito mestiço De cabelos afogueados Os dentes muito amarelos Beiços grossos e rachados Pés chatos e mãos compridas Olhos grandes e encarnados CyanZine 414 Página 139 de 198

HITERALURA | DE PORDEL

Visite o blog de Cárlisson Galdino

Conheci que esse cabra

Era mau de profissão

Então para dar-lhe uma sova Me pediu o coração

E eu quis me certificar

Se o cabra era valentão

Gritei-lhe: “Cabra, quem és? De onde vens e pra onde vais?” Disse-me o cabra: “Meu nome É Diabo ou Satanás

Venho do inferno e contigo

Vou lutar ou fazer paz!”*º

Vens comigo fazer paz? “E eu pedi-te essa aliança?” Não pediu, mas pode ter “Em mim toda a confiança” Respondi-lhe: “De salvar-me Ainda eu tenho esperança”

Disse-me o diabo: “E esperas Ainda por salvação?

Te esqueces que fazer crimes É a tua profissão?” Respondi: “E não se salvou Da Bíblia o Bom Ladrão?”

De onde vens e para onde vais?

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Se esse Dimas se salvou “É porque amava a Deus Mas tu és um inimigo

Dos dez mandamentos seus!” E eu perguntei: “E você Conhece os intuitos meus?”

Disse-me o diabo: “Eu bem sei Que é funesto o teu destino

És traidor, és perverso

És ladrão e assassino!

O teu fim será o inferno

Irás comigo, Silvino!”

Quando eu ouvi o diabo

Estas frases proferir Respondi-lhe: “Pra que inferno Contigo eu não hei de ir!” Disse-me ele: “Isso agora Havemos de decidir”

Para decidirmos isso “Lutarmos muito é preciso.” E dito isto disparei-lhe

Um tiro de improviso

O diabo aparou a bala

E disse com ar de riso:

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Ah, não me atires porque “Com balas tu não me ofendes!” E acrescentou: “A certeza

Eu tenho de que te rendes

Se prolongares a luta

Eu juro que te arrependes”

Render-me? Nunca! E o rifle Vinte vezes disparei

E presumo que os tiros

Todos no diabo acertei

Mas este, aparando as balas Deu-mas quando eu terminei

Então conheci que a bala Para o diabo não se fez E manejando o punhal Vibrei-lhe com rapidez No peito uma punhalada Mas errei inda uma vez!

Dei-lhe ainda muitos golpes

Julgando que o matava

Mas todos foram perdidos

Porque a arma não o furava

O punhal batia nele

E envergado ficava! CyanZine 414

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Lutamos uns dez minutos Então eu compreendi Que não vencia o diabo Porém não esmoreci

E quando me vi perdido Logo de Deus me vali

Dizia o diabo sorrindo:

Levo-te sempre comigo “É melhor ficares manso Que te terei como amigo!” Então eu disse: “Meu Deus Livrai-me deste inimigo!”

Vi que lutando, morria

Eu a rezar me dispus

Então me ajoelhei

E rezei o credo em cruz

E disse: “Eu te esconjuro Diabo! Em nome de Jesus!”

Quando eu me persignei

Pra longe o diabo correu

E disse: “Falar em Deus

Foi isso o que te valeu

Mas de outra vez voltarei

Serás companheiro meu!” CyanZine 414

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Depois fiz paz com o diabo

E hoje em dia ele me segue

E não temo que o mesmo Para o inferno me carregue Eu não quero é que um dia Ele à polícia me entregue

Deus, que tinha eu no mundo Para um instrumento seu

havia decretado

Tudo quanto aconteceu Comigo, após esse dia

Tirou o prestígio meu!“?

A dezoito de novembro

Eu em Pocinhos cheguei

Que o padre Antônio Galdino Me desse um jantar, mandei E que me servisse à mesa

Ao mesmo padre obriguei

Comigo, depois desse dia

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Quando eu me retirei, o padre Lançou-me a excomunhão Missa de corpo presente Como em minha intenção

Na noite do mesmo dia

Me apareceu uma visão

Eu estava em uma casa

Jogando bem descuidado Quando apareceu-me um homem Com um objeto embrulhado

E me disse: “Eis um presente Que para si foi mandado”

Ergui a vista, porém

o homem não avistei Abri o pacote e dentro

Um par de algemas achei Fiquei tão impressionado Que ali quase me assombrei

Compreendi que o padre Botara-me urucubaca

A estrela que me guiava

Via-a no céu mais opaca De minha vida a corrente Conheci que estava fraca

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Na manhã do outro dia

Eu na estrada encontrei Com um boi de Cristiano Bem na testa lhe atirei Visto não pegar o “gringo” No boi dele me vinguei

Depois de andar oito léguas De onde o boi tinha ficado Debaixo de um umbuzeiro Sentei-me um pouco enfadado Quando vi chegar o boi

No qual eu tinha atirado

Esbarrou perto de mim Ameaçando-me dar Chegou esvaído em sangue E danado para urrar

Como quem vinha somente Para de mim se vingar

Quando eu vi aquela cena Perdi logo a esperança Conheci que minha vida Estava numa balança

O urro do boi dizia:

Meu sangue pede vingança!

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Conheci que aquele boi

Da morte era mensageiro

Quis atirar-lhe e meu rifle Mentiu fogo, então ligeiro

Me retirei e não quis

Que o matasse um companheiro

Depois, com meus companheiros Fomos pra Taquaritinga

Eu convenci-me de que

Me acompanhava a mandinga Meu coração me dizia:

Silvino, volta e te vinga!

Porém eu não quis voltar Na mesma noite cheguei No lugar Lagoa da Laje E no mato me ocultei Debaixo de um juazeiro Quatro horas descansei

Porém, no dia vinte e oito Melancólico me senti Passei o dia jogando

Às cinco horas me vi

Pela polícia atacado

E ao fogo então resisti

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Como eu estava em campo raso Num serro me entrincheirei Guiando os meus companheiros De umas pedras me amparei Feriram o Joaquim de Mouro Brigando me conservei

Foi por detrás de uma cerca Que a polícia se ocultou

De onde nos fazia fogo

O meu rifle disparou

Trinta vezes contra ela

Mas nem um tiro acertou

No pai de um meu companheiro Uma surra eu tinha dado

fazia quatro anos

E o cabra havia jurado

De me matar à traição

Em um momento aprazado

Esse cabra traiçoeiro

Perto de mim atirava

Por detrás de uma pedreira Vendo que eu não o olhava Atirou-me por detrás Quando eu menos esperava!

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E uma bala de Mauser Pelas costas me varou

E saindo pelo peito

Um rombo enorme deixou Caí no chão quase morto E o cabra ali me roubou

Levou-me todo o dinheiro

E um anel de brilhante Levou-me um grande punhal E um rifle muito importante Não pude me defender Porque estava agonizante

Quando despertei da síncope Foi que me senti ferido

Ali procurei meu grupo

Que de mim tinha fugido tudo quanto eu possuía Tinha desaparecido

Com dificuldade ergui-me Depois de ter-me sentado Olhei em redor e vi

Um homem no chão deitado Era o amigo Joaquim Moura Que se achava baleado

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Chamei-o, ele se sentou

E me disse: “Estou perdido Mas não me entrego à polícia Portanto eu me suicido

Deu um tiro na cabeça Morreu sem dar um gemido

Quis eu também suicidar-me Mas as armas não achei

O veneno que eu trazia

Nos bolsos não encontrei Levantei-me e a uma casa Quase de rasto cheguei

Ao dono dessa vivenda Pedi que fosse chamar

O comandante da força Para a ele me entregar Pois eu estava quase morto E queria me confessar

Tinha o dia amanhecido Quando a polícia chegou Então o alferes Teófanes De mim se aproximou Mas devido ao meu estado Ele não me interrogou

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Fui para Taquaritinga

Pela força conduzido Levaram-me numa rede Porque eu estava tão ferido Que não andava e cheguei Quase que desfalecido

Dois dias e uma noite Eu passei encarcerado Na cadeia da cidade Sendo muito visitado A vinte e nove eu Me sentia melhorado

No dia trinta bem cedo

Em um burro me montaram E para Caruaru

Os soldados me levaram Mais de duzentas pessoas Na estrada nos encontraram

Chegando em Caruaru Cinco horas descansamos Às duas da madrugada Para o Recife embarcamos Às sete horas do dia Nessa Capital chegamos

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Por médicos e enfermeiros Vim no trem acompanhado

O Cr. Chefe de Polícia também se achava a meu lado Tratamento de primeira

Foi sempre a mim dispensado

Mais de duas mil pessoas

Me esperavam na estação

E me olhavam confusas

Com muita admiração

Grande massa acompanhou-me À Casa de Detenção

Abala que me feriu

Pelas costas penetrou

Saiu no peito direito

E o pulmão me afetou

Mas prostrou-me proque A cardite me atacou

Os médicos conseguiram Meus ferimentos curar

O resto da minha vida

Vou na prisão descansar Porque dos crimes que tenho Não espero me livrar

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me confessei a um frade Mas não estou regenerado Acho-me muito abatido

E estou desequilibrado Agora com o suicídio

Eu vivo impressionado

Somente à fatalidade

Eu devo a minha prisão

Pois todos sabem que eu era Um indomável leão

E nem eu sei porque foi Que me entreguei à prisão

Não me prenderam, entreguei-me Porque fui impulsionado

Pelo destino talvez

Vi-me ferido e roubado

Vim morar nesta prisão

Cumprir a lei do meu fado

FIM

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LITERATURA DE CORDEL

BR rm Um horta metido o No: ig a repentista entra = numa batalha de -

| RAP.

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PEDRO CÊVADA--* E CONTRA MEME > À | Cárlisson Galdino

& Es

Hiecao Especulativa

SEM ÓLEO

CARLISSON GALDINO

Cada movimento traz o mesmo som. Seu braço se estende e recolhe com notada impaciência, junto ao ranger das juntas. Juntas metálicas, ou supostamente metálicas.

O mar e seu colorido tênue não surtem efeito sobre seus olhos sem cor. Seu olhar foca apenas o braço. Rochedo, areia, vento, Sol, crianças, pessoas, seu braço.

O som do seu metal se sobrepõe ao barulho das ondas, aos gritos e falarias.

Estende o braço com cuidado e ouve o mesmo ruído metálico, ouvido tantas vezes, tanto tempo que seus registradores de memória estouraram a capacidade de armazenar, e ele simplesmente deixou que prosseguisse assim mesmo.

algo errado. Ainda não notou ao certo. algo errado com seu braço.

Recolhe o braço, vagarosa e atentamente. Seus dedos rústicos com junções à mostra se aproximam do rosto. Rústicos, mas traçados, não foram feitos de qualquer jeito. Abre e fecha a mão. Não problema com ela, é o braço.

Estende o braço até que toque mais uma vez sua coxa. Não sem produzir o mesmo ruído. Seu CyanZine 414 Página 158 de 198

rosto não traz qualquer expressão. Por não ser capaz, mas também por causa do braço.

Recolhe o braço e o ruído se mostra outra vez, enquanto o braço se aproxima do seu estranho rosto sem nariz e sem boca, mas com olhos. Olhos como lentes de máquinas fotográficas, equidistantes em sua cabeça em formato de barril.

Estende o braço lentamente e ouve o mesmo ruído. Nem assusta mais a gaivota pousada em seu ombro oposto. Por vezes é um pombo que fica inutilmente bicando sua cabeça blindada.

Ei, benzinho, o que é isso? Ah, é um robô!

Eu sei que e é um robô, mas ele parece tão estranho...

É, a gente chama de Tenhen! Ele fica assim o tempo todo.

O que houve com ele? Fica assim? Sei lá! É uma comédia, né?

dele, tadinho...

Meu pai.

Que tem seu pai?

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Lembrei agora. Quando eu era pequeno minha mãe me disse. Meu pai era pequeno e tava passando por aqui quando viu um robô e achou estranho o barulho que fazia. Daí perguntou se não tinha alguma coisa errada com ele.

Nossa, coitado! E até hoje ninguém fez nada pra ajudar?

Não, imagina! Ele é um robô velho!

Ah, não fala assim dele... pena ver o coitado assim, tão sujo... Deve estar precisando de ajuda...

Ah, deixa disso, vamos comer uma pizza?

Vamos! se for de calabresa!

FIM

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WEREWOLF BY NiGHT E O TERROR DA MARVEL.

Werewolf by Night estreou na Disney+ mostrando a história do personagem Jack Russell que faz parte da linha de terror da Marvel. O filme conta com os atores Gael Garcia Bernal, no papel título, a competente Laura Donelly, da série The Nevers da HBO Max, Harriet Sansom Harris, entre outros. A linha de terror da Marvel nas telas começou oficialmente na série WandaVison, também da Disney+, quando foi apresentado o Darkhold, livro escrito por Chthon, o Deus Ancião, que aprendeu os segredos da Magia do Caos, e continuou no cinema com os filmes “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” e “Mobius”. Mas na verdade anteriormente no canal de streaming Star+ tinho sido mostrada a série Helstrom, que conta a história de Daimon e Satana Helstrom, filhos de Satã e personagens da linha terror da Marvel também. Em algumas revistas Daimon chegou a juntar forças com Doutor Estranho e o Motoqueiro Fantasma. Se você não sabia corre e assiste porque a série é muito boa e várias ideias de aventuras.

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A linha de terror nos quadrinhos da Marvel surgiu nos anos /0 quando a editora começou a utilizar personagens clássicos de histórias de terror que haviam caído em domínio . público em suas revistas em ted quadrinhos. Assim surgiu a revista A Tumba de Drácula,

que mostrava o vampiro mais famoso do mundo enfrentando Rachel Van Helsing, descendente do professor Van Helsing, e o famoso herói caçador de vampiros, Blade. Aliás o novo filme de Blade, com o ator Mahershala Ali, e que faz parte dessa linha de terror da Marvel nas telas, tem data para estrear: Novembro de 20258.

Com o sucesso do título de Drácula outros personagens clássicos de terror acabaram também parando nas revistas em quadrinhos, como O Monstro de Frankenstein e A Múmia (onde eu Ii pela primeira vez a respeito deles quando ainda era criança). Não demorou muito para que outro personagem clássico de muito sucesso acabasse tendo suas histórias contadas nas HQs: o lobisomem. E com isso surgiu o título Werewolf by Night, no Brasil chamado apenas de Lobisomem, que era, junto

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com os outros títulos, publicado por aqui pela Bloch Editora, a maior editora do país na época. A Bloch inclusive criou um selo próprio para publicar essas histórias, chamado Capitão Mistério Apresenta. Quem quiser saber mais sobre esse selo clique aqui: http://hgmemoria.com/?p=90%.YOsagXbMK3A.

Werewolf by Night foi criado em 1972 pelos lendários Roy Thomas, Gerry Conway e Mike | Ploog, contando a história de Jack sd Russell, um jovem

NE 3 amaldiçoado pela , licantropia herdada de E

Je == sua família, aparecendo á E ig d pela primeira vez na

ea Marvel Spotlight 42 para depois ganhar sua própria revista mensal. A revista durou 43 edições de setembro de 19/2 até março de 1977. Apesar de grande sucesso após o encerramento do título o personagem caiu no esquecimento pela editora até ser remodelado em 1983 em uma história na revista do Cavaleiro da Lua. Depois disso apareceu junto da Mulher-Aranha, Doutor Estranho e até ao lado dos Vingadores da Costa Oeste,

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saindo da linha terror e figurando entre os super-heróis da editora. Entre os anos de 1991 e 1993 apareceu regularmente nas páginas da revista Marvel Comics Presents e em 1998 teve seis edições publicadas em uma série escrita por Paul Jenkins e desenhada por Leonardo Manco que adicionaram novos elementos na mitologia do personagem. Esta série é uma das que mais gosto sobre Jack Russell e onde conhecemos outro lado dele e de sua maldição. Em 2009 o personagem apareceu na série limitada de quatro edições Dead of Night presents Werewolf by Night, do selo adulto MAX, publicado no Brasil pela Panini. A série foi escrita por Duane Swierczynski, com arte de Mico Suayan. Finalmente em 2020 um segundo Werewolf by Night surgiu, chamado Jake Gomez, criado por Taboo, rapper americano integrante do grupo musical Black Eved Peas, e por Benjamin Jackendoff, juntamente com o desenhista Scot Eaton. Esse personagem foi criado com a intenção de explorar a mitologia dos nativos americanos sobre o mito do lobisomem.

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A origem dos lobisomens na Marvel está ligada a um dos Deuses Anciões, chamado de Deus Lobo, que criou uma uma raça de guerreiros que ficaram conhecidos pelo nome de Lycanthropes que podiam trocar de forma humana para lobo e os usou para enfrentar outros Deuses Anciões que escravizavam os humanos por volta de 20.000 a.C. Esses guerreiros podiam transformar outros seres humanos também em Lycanthropes através da sua mordida ou arranhando com suas garras.

Quando ocorreu o Grande Cataclisma, por volta de 18.000 a.C., a maioria dos Lycanthropes morreu. Os que sobreviveram se espalharam pelo mundo e não se ouviu falar mais sobre eles ou sobre a licantropia, como passou a ser chamada a condição de mudar de forma humana para lobo, até 1/95, quando Grigori Russoff foi transformado em lobisomem por Lydia, uma Lycanthrope que servia a Drácula, a quem Grigori havia derrotado depois que Drácula matou sua esposa Louisa. Entretanto a

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licantropia adquirida por ele não se manifestou em seus descendentes, até que em 1930 um dos descendentes de Grigori, Gregor Russoff, leu sobre a maldição da licantropia em algumas páginas do Darkhold em uma noite de lua cheia, se transformando imediatamente em um lobisomem, e ativando a maldição que passaria para seus descendentes.

Jack Russell, nascido com o nome de Jacob, é filho de Laura e Gregor Russoff, descendente do outro Gregor, e portador da maldição da licantropia. Gregor foi morto por balas de prata quando atacava aldeões na Transilvânia transformado em lobisomem, forçando Laura a fugir com seu filho para os EUA e mudar seu sobrenome para Russell. Quando completou 18 anos Jack sofreu sua primeira transformação em uma noite de lua cheia. Desde então sua vida tem se resumido em várias tentativas de encontrar uma cura para sua condição. Ele mora em Nova York e trabalha como engenheiro sanitário.

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Devido a maldição do lobisomem Jack no início era totalmente controlado pela lua. Em noites de lua cheia ele se trancava em uma jaula para evitar cometer atrocidades, mas aprendeu a controlar sua transformação e atualmente se transforma quando quer, sendo que quanto mais cheia está a lua no céu noturno, mais lobo Jack se torna.

A série escrita por Paul Jenkins adicionou alguns elementos de horror a condição de Jack, como ele ter uma visão do inferno toda vez que se transforma, fazendo com que ele inicie uma busca desesperada por uma cura, levando a ouvir falar sobre o Culto da Terceira Lua, um culto satânico onde seu líder, Walter Clark, diz saber como se livrar da maldição da licantropia. Isso leva Jack em uma busca através dos EUA por uma adaga chamada Lâmina do Lobo, que seria uma das três partes para sua cura.

O novo Werewolf by Night vem na esteira da modernização de alguns personagens da Marvel como aconteceu com Homem- Aranha Miles Morales, Nick - Fury, Ms Marvel, etc,

E “á procurando dar vida a

- personagens de outras etnias. CyanZine 414 Página 167 de 198

Os criadores do personagem acreditam que a série será de suma importância para a comunidade indígena, pois respeitam muito as origens históricas do povo nativo americano, que a mãe de Taboo é de origem nativo americana, acrescentando que a representatividade é essencial para a nova fase da Marvel.

Jake Gomez é um menino da tribo Hopi que sofre sua primeira transformação de lobisomem aos 13 anos devido a uma maldição em sua família. A transformação de Jake é mais ditada por suas emoções do que pela lua. Ele usa a música para controlar sua transformação e conta com a ajuda de sua avó Rora e sua amiga Molly, que fez a playlist para tentar superar a maldição. Apesar de ser uma série independente, seus criadores dizem que ela terá alguma relação com o cânone da editora.

Usar os elementos de Werewolf by Night no RPG daria aventuras ou campanhas muito interessantes. Apesar de acreditar que os jogadores pensariam logo em Lobisomem: O Apocalipse ou Lobisomem: Os Destituídos, eu acho que Savage Worlds com uso do Compêndio de Horror seria melhor para adaptar as histórias dos quadrinhos de Jack

Russell. Poderia até ser usado em conjunto com CyanZine 414 Página 168 de 198

o Compêndio de Superpoderes, porque nos quadrinhos Jack Russell fez parte de vários grupos de super-heróis, como Filhos da Meia- Noite, Legião dos Monstros além da A.R.M.O.R. e lutou ao lado de outros supers da Marvel.

Na página 11 do Compêndio de Horror encontramos as orientações para a criação de um personagem lobisomem e na página 56 as estatísticas básicas de um lobisomem em sua forma monstruosa que poderiam nos ajudar a criar o personagem:

e Atributos: Agilidade d8, Astúcia de, Espírito d6, Força d12+2, Vigor d10;

e Perícias: Escalar d8, Furtividade d10, Intimidar d10, Lutar d12+2, Nadar dio, Perceber d12, Rastrear d10;

e Movimentação: 8;

e Aparar: 9;

e Resistência: /;

e Fraqueza (Prata): Armas de prata causam dano normal em lobisomens;

e Garra: For+8;

e Infecção: Qualquer um mordido por um lobisomem que sofra um ferimento deve fazer uma rolagem de vigor. Uma falha significa que o personagem se torna um lobisomem na próxima lula cheia (assumindo que ele sobreviveu ao ataque);

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e Invulnerabilidade: lobisomens ficam apenas abalados por armas que não sejam de pratas;

e Medo -2: lobisomens congelam o sangue de quem os vê.

Para criação de antagonistas para uma aventura como essa podemos utilizar na mesma página 56 o cultista típico, que representaria os cultistas do Culto da Terceira Lua, e o cultista sacerdote, para representar Walter Clark. Eles teriam a posse da Lâmina Lunar (página 40 do Compêndio de Horror) que seria um dos três itens que poderiam curar Jack Russel de sua maldição. Fique livre para escolher os outros dois entre os Itens Arcanos que estão listados no livro, mas aconselho que pelo menos um deles seja o Sangue de Lobisomem, que encontramos na página 42. Outros inimigos interessantes seriam Ulysses e Elsa Bloodstone, caçadores de monstros que foram apresentados no filme da Disney+, que seriam representados pelas estatísticas de Caçador Escolhido Veterano que encontramos na página 50. Além do lobisomem os outros jogadores poderiam ser um Mago e um Dhampyr que estão procurando ajudá-lo, ou então com ajuda do Compêndio de Superpoderes crie alguns heróis que estarão ao lado dele nessa busca.

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Outro RPG que ficaria muito bom para adaptar Werewolf by Night, principalmente por conta do estilo em preto e branco do filme da Disney+, é Chamado de Cthulhu. Na página 334 podemos encontrar as estatísticas de um lobisomem que usaríamos como Jack Russell, e ali mesmo temos as estatísticas de uma Múmia, seguida por um Vampiro e depois um Zumbi. Esses monstros poderiam ser usados como antagonistas de Jack Russell em uma aventura/campanha no estilo dos antigos filmes do estúdio Hammer Films na década de 60. Esses antagonistas poderiam estar a serviço de um Grande Antigo à escolha do

Guardião /Narrador. O Culto da Terceira Lua seria composto por cultistas que servem a este Grande Antigo e são protegidos, ou protegem, esses monstros. Os demais jogadores seriam pessoas normais que são amigos/parentes de Jack tentando ajudá-lo, e correndo riscos ao mesmo tempo.

Quem tem a 22 edição de Kult vai encontrar regras para criação de lobisomens a partir da página 75 no capítulo Beyond Humanity. O Culto da Terceira Lua cairia bem como um dos vários cultos dedicados aos Anjos da Morte como Hareb-Serap, o mais sanguinário entre os generais de Astaroth. Infelizmente a 42 edição não trouxe essa opção. Neste tipo de cenário a busca por uma cura da sua maldição poderia

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Uma arma e uma miss do

..e ela, precisa de mais?

J | Porque mem budo que é belo é frágil

Q cáriisson Galdino com.br

Novela de aventura e fantasia urbana

levar Jack Russel a querer ir até Metrópolis, ou fazer um pacto com um dos Arcontes. As regras de Sanidade do sistema poderiam ser um fator importante para que Jack não sucumbisse definitivamente a sua condição lupina assassina.

As regras de pontuação são diferentes de uma edição para outra, porque a 22 edição usa um sistema de regras próprio, mas apenas para ilustrar entre as desvantagens que um lobisomem teríamos:

e Instinto de Caça

e Sensitivo a Prata

e Incontrolável Mudança de Forma e Inumana Aparência

Controlado pelos Astros;

entre suas vantagens teríamos:

e Visão Infravermelha

e Armas Naturais (Garras e Presas) e Invulnerabilidade a Armas

e Reação Rápida

e Regeneração

e Sentidos Ampliados

e Resistência Infinita.

Os demais jogadores podem ser Conjuradores, Magos, que sabem bastante coisas sobre a verdade no mundo de Kult e estarão ao lado dele para ajudá-lo.

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Mas para mim, sem sombra de dúvidas o melhor sistema para jogar com um lobisomem é Witchcraft. Eu inclusive fiz um artigo varios anos comparando os Garous do Mundo das Trevas com os Ferals de Witchcraft que vocês podem ler em https://ovelhinhodorpeg.wordpress.com/2013/0

9/21/garous-ou-ferals-qual-e-seu-favotito/.

Witchcraft tem todo o clima e cenário para uma boa aventura de Werewolf by Night. Aqui a maldição de licantropia poderia ter sido passada para a família de Russell por um Feral enlouquecido que servia a um vampiro na Romênia. Ele agora irá atrás de uma cura e precisará da ajuda das famílias de ferals para isso, que podem ser interpretados pelos outros jogadores. Poderia até ser adicionados Mercadores da Morte (https://ovelhinhodorpe.wordpress.com/2020 07//14/0s-mercadores-da-morte-no-seu-rpo- preferido/) que estão atrás de Jack para dar um tom de desafio a aventura.

O filme me agradou em parte me dando a entender que a Marvel vai realmente trazer todos os seus personagens da linha de terror para a telas, mas assim como as mais recentes produções da Marvel não achei que acertou o

tom. E um bom filme, curto por sinal, para CyanZine 414 Página 174 de 198

assistir em família e está longe de ser algo de terror ou de colocar medo. O ator que interpreta Jack Russell não me animou muito, mas Laura Donelly, interpretando Elsa Bloodstone, rouba as cenas, como era de se esperar. O Homem Coisa ficou perfeito, mas se torna o alívio cômico do filme, o que pra mim reduz muito o personagem. De qualquer forma vale a pena assistir.

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CADE A PIZZA

CÁRLISSON GALDINO

Esta é uma aventura infantil que foi escrita e mestrada durante um evento de RPG ocorrido em Arapiraca no Clube do Professor. Como um RPG infantil, é recomendado que seja mestrado por alguém que entenda um pouco de RPG, para jogadores crianças.

A aventura foi feita para XR-Il - Modo Micro, que pode ser encontrado em

http://wiki.cordeis.com/xr3/start ou na edição 9 do Cyantzine.

O cenário onde a história se passa se chama Animalia, que apresenta uma paródia da Terra onde todas as pessoas têm características de algum animal. Todos os personagens de jogador oferecidos são catinus, uma espécie que tem orelhas e rabo de gato.

Todos eles vivem na Mansão Novelo, um lar de jovens catinus que é mantido por uma guia chamada Nix, que tem forma de um gato comum falante. A Nix foi apresentada no kit O Livro de Nix. Cadê a Pizza? pode ser usado como uma aventura adicional posterior ao Livro de Nix, inclusive pode reusar os personagens ali

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apresentados, mas também pode ser apresentada de forma totalmente independente.

Os personagens de jogador propostos são 6 pré-adolescentes afilhados de Nix, com equidade de gênero: 3 masculinos e 3 femininos. Quatro deles recebem um dom especial de Nix. Uma habilidade (manobra) que consome pontos de fadiga e é acionada ronronando (domínio Ronronar).

e (Camões: manobra Fantasma;

e Celeste: manobra Planar;

e Mill: manobra Telecinese;

e Patty: manobra Encantar;

e Sol e Sushi não têm manobra desse tipo.

Por serem afilhados de Nix, eles têm responsabilidades maiores que os outros catinus que moram na Mansão Novelo. No final, você terá as fichas completas deles, podendo enviar uma captura de tela de uma ficha para cada jogador, caso queira jogar assim.

Os dados sobre os personagens do mestre não devem ser conhecidos pelos jogadores e serão apresentados em seguida.

e Bingo: professor Ekinissus (povo-cavalo), de arquétipo calmo. Atributos: F5 M3 E5;

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Gergelim: caninus (povo-cachorro) do arquétipo fujão. Tem o dom do superolhar: consegue perceber ilusões, invisibilidade e disfarces, não sendo enganado. Atributos: F1 M5 E4.

Hermione: catinus do arquétipo preguiçosa. Entregadora da Pizzaria Silvestre. Atributos: F1 M4 E5.

Hulk: caninus do arquétipo vaidoso. Um valentão. Atributos: F5 M3 E1.

Lola: doninus (povo-doninha) do arquétipo tagarela. É a dona da Pizzaria Silvestre. Atributos: F5 MT E5.

Nutela: caninus do arquétipo prestativa. Tem o dom da Interferência: sempre que alguém usa um dom perto dela, ela entra na brincadeira com metade da eficiência do dom do outro (entra em elo telepático, pega carona em visão remota...). funciona para dons ativáveis. Atributos: F2 M3 E4.

O curinga: Wel é um personagem-curinga. Como a aventura vai ser mestrada para crianças e envolve situação de risco para os protagonistas, decisões erradas podem levar a situações muito ruins. Caso a história caminhe para isso e o mestre ache conveniente, Wel pode aparecer por acaso e ajudar a resolver a situação.

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e Wel: ursinus (povo-urso) do arquétipo Tagarela. É um bruxo e anda por na forma de urso, como patrulheiro fazendo boas ações. É padrinho de uma ursinus chamada Mel. Sua aparição pode ter a ver com uma procura por sua sobrinha. Atributos: F3 M5 E1.

Figurantes: eventualmente pode ser necessário acrescentar mais algum personagem na história. Segue uma tabela de figurantes que podem

encaixar em algum papel desses, de

emergência. Você pode, claro, criar seus próprios personagens. Não para figurantes, mas para toda a história. Esta tabela é uma conveniência que se pretende que seja útil.

Nome | Espécie | Arquétipo | F|ME| Domínio Sky Doninus | | Fujona 5 | 5/4 Artista Ozzy |Doninus |Briguento |2 |1| 2] Jogador Clark | Kamessis | Vaidoso 2 |1| 2) Roubo Bibi Kamessis | Pensadora |2 |5|1| Comércio Zeca Caninus Tímido 4 |1| 2] Medicina Odin || Kamessis | Tagarela 2 |2| 2) Comércio Kira Boressis |Briguenta |4 |2/ 5] Força Bob Brakarkus | Tímido 112 2) Elástico Mel Ursinus Sonhadora |4 | 2/4 Afilhada Fajuto | Catinus Tagarela 1 |2/1| Montaria Fred Baraelus | Calmo 5 |2/1| Atirador Luna Doninus Vaidosas 2 |1| 3 Veterinária

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Professor Bingo tem orelhas de cavalo e aula de uma matéria chamada Dinheiro, que inclui Matemática, cálculo de troco, onde o dinheiro é importante e onde não é. Nas escolas de Animalia, as matérias têm conteúdo e nome bem diferentes.

A moeda desse mundo é o Biscoito, uma moeda parecida com a nossa, mas furada no meio, como uma rosquinha. As notas de papel também existem, mas não são furadas.

Mestre interpretando o professor dando aula e interagindo com os personagens. Fale um pouquinho sobre essas curiosidades relacionadas ao dinheiro desse mundo. Entre no valor médio de coisas que crianças compram. Pizzas, por exemplo, que custam 30 biscoitos.

O professor Bingo pode perguntar aos alunos que preço acha que algumas coisas, como um chiclete, uma coxinha ou uma bola de futebol

têm.

Os colegas do grupo estarão empolgados com a noite da pizza, que acontece esta noite.

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Na sala de jantar da Mansão Novelo, o grupo está conversando e animado sobre as pizzas, que ainda não chegaram.

Nix chamará o grupo de personagens de jogador para a cozinha e falará que a entregadora Hermione está sumida.

“Chamei vocês aqui porque temos um problema. As pizzas que pedimos na Pizzaria Silvestre ainda não chegaram. Liguei para e a Lola disse que Hermione saiu quase uma hora e que não ia fazer outra entrega, a nossa. Ela foi liberada pra comer com a gente também. Como vocês sabem, a Hermione morou aqui quando era pequena. Preciso que vocês descubram o que aconteceu com a Hermione.”

O grupo decide como vai fazer a investigação.

e Pizzaria Silvestre: Lola falará com muito carinho pela Hermione, que ela saiu. Dirá o caminho que ela segue normalmente, que é passando pelo bosque.

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e Canil Osso Duro: ninguém sabe o que houve.

e Bosque: em certo lugar do bosque, o grupo pode encontrar caixas de pizza no chão levando até um galpão esquisito.

Se não acharem o bosque, alguém informará ao grupo sobre o galpão. Pode ser a Nix através de um telefonema, a Lola, alguém que estava fazendo exercício no bosque ou algum trabalhador que passou de bicicleta por lá.

Para facilitar a visualização, você pode utilizar um tabuleiro de xadrez para a cena de confronto. Se tiver como conseguir, coloque peças coloridas para os personagens dos jogadores e peças de outros tipos para os vilões.

--|N|Ww/ Bju AIN -/NI|iw/ã Bju AIN

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Escolha um lugar onde Hermione está presa numa jaula. Os três caninus estão espalhados no chão, cansados de comer pizza.

O grupo tem que salvar a Hermione. As pizzas que sobraram serão um bônus.

O carrinho elétrico de entregar pizzas está ali com o restante das pizzas, mas a chave está com a Hermione.

O grupo pode partir para diálogo, tentar ir sem silêncio... Deixe que criem uma solução pra situação. Os caninus podem incorporar aquele tipo de vilão boboca para confrontar jogadores inexperientes. A chave da jaula está com Hulk.

Soluções criativas, se fizerem um pouco de sentido, devem ser estimuladas.

Dona Lola mandará mais 20 pizzas para a festa, quando Hermione chegar com o grupo. Alguns colegas podem ficar curiosos e quererem ouvir a história de como eles resgataram a entregadora. Interprete a reação deles à história de maneira natural. Incredulidade, empolgação, vale qualquer coisa. Nessa festa termina a nossa aventura.

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DA, BT. z A]

UTELA

Y

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HERMIONE

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Arquétipo: Tímido

Atributos Físico Mente | Espírito 2 2 3 Detalhes

1. Adora tomar leite . Medo de adoecer

2 3. Não gosta de Multidões 4

. “Água mole em pedra dura tanto bate até que

fura”

Domínios

Atributo

Nome do Domínio

Nível

Físico Condutor

Mente Jogos

Espírito Ronronar

Manobras

Domínio

Manobra

Ronronar Fantasma: cria uma ilusão de outro personagem qualquer, como se estivesse presente no lugar.

Energia Vitalidade Fadiga Fadiga Fadiga Física Física Mental Espiritual 6 8 8 12

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Arquétipo: Empolgada

Atributos Físico Mente | Espírito 3 3 1 Detalhes

1. Gosta de contar Histórias

2. Gosta de colares e Correias

3. Atenciosa com os Amigos

4. Joga handebol

Domínios

Atributo Nome do Domínio Nível Físico Esporte 2 Espírito Ronronar 1 Manobras Domínio Manobra Ronronar |Planar: o personagem se joga ao acionar o

dom. Se ativar, voará 3 vezes mais rápido do que quando corre, mas a fm do chão. Se

falhar, cai no chão

Energia Vitalidade Fadiga Fadiga Fadiga Física Física Mental Espiritual 9 12 12 4

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Arquétipo: Empolgado

Atributos Físico Mente | Espírito 2 3

Detalhes

1. Gosta de cantar

2. Gosta de abraçar

3. Fala partes de música como se fossem poesia

4. Gosta de vestir cores chamativas

Domínios

Atributo Nome do Domínio Nível Mente Comércio 1 Físico Briga 1 Espírito Artista 1 Manobras: não possui Energia

Vitalidade Fadiga Fadiga Fadiga Física Física Mental Espiritual

6 8 12

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Arquétipo: Pensadora

Atributos Físico Mente | Espírito 3 2 2 Detalhes

1. Adora séries e livros de investigação

2. Anda sempre com um bloquinho de notas

3. Cabelo em 3 cores

4. Pouca paciência para falatório

Domínios

Atributo Nome do Domínio Nível Mente Detetive 2 Espírito Ronronar 1 Manobras: sem manobras Energia

Vitalidade Fadiga Fadiga Fadiga Física Física Mental Espiritual

9 12 8

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Arquétipo: Pensador

Atributos Físico Mente | Espírito 2 3 2 Detalhes

1. Sempre chamado para soltar pipa ou

tirar bola de cima da casa

2. Pelo alaranjado

3. Prefere ficar calado, observando.

Domínios Atributo Nome do Domínio Nível Espírito Ronronar 3 Manobras Domínio Manobra Ronronar Telecinese: o personagem pode mover um objeto de até 5kg à distância Energia Vitalidade Fadiga Fadiga Fadiga Física Física Mental Espiritual 6 8 12 8

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Arquétipo: Prestativa

Atributos Físico Mente | Espírito 1 4 2 Detalhes

1. Adora ser lembrada, mesmo que pra pedirem favor.

2. Pelagem branca.

3. “E aí... Alguém quer ajuda?

4. Gosta de música

5. Boa no handebol

Domínios Atributo Nome do Domínio Nível Físico Esporte 1 Espírito Ronronar 1 Mente Atiradora 1 Manobras Domínio Manobra Ronronar |Encantar: personagens que a veem fazem teste de Mente ou ficam fascinados. Energia Vitalidade Fadiga Fadiga Fadiga Física Física Mental Espiritual 3 4 16 8

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XR-II - RPG DIFERENTE

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XR-IIl é um sistema de RPG multimodo. São

formas diferentes a. de se viver as d RPG INFANTIL COMPLETO! mesmas SISTEMA GENÉRICO DE RPG

aventuras. <P=NSZ

ANTMALTA

i =E0NT A]

XR Zine é a

publicação

principal de divulgação do XR-

III. Modos CENARIO DE RPG º PATA MEDIEVAL PRA (conjuntos de regras),

microcenários e aditivos. Tudo prático e em diagramação de livreto A6!

Microcenário m Persona gem Bio! Mapa de ambie

HTTP://WIKICORDEIS.COM/XR3/START

CY ANZINE COMO PARTICIPAR?

A princípio haverá limitação para a criação do CyanZine. Todos podem participar, mas fica a critério do editor escolher o que entra e o que fica fora de cada edição. Os gêneros de preferência são os relacionados aos 3 temas centrais da publicação: Literatura de Cordel, RPG e Ficção Especulativa (fantasia, ficção científica, terror, etc).

e 12 textos: a princípio esta será a quantidade máxima de textos, entre cordéis, artigos, contos e etc. Eventualmente esse limite pode ser ajustado para mais ou para menos.

e 4 mil palavras: cada texto deverá ter no máximo este tamanho. Isso porque pretendo fazer revisão de todo o conteúdo e textos muito longos podem dificultar ou, em certo grau, até mesmo inviabilizar a publicação.

É possível que sejam criadas novas sessões e colunas a depender de comprometimento de colaboradores ou entidades parceiras. Dependendo do grau de parceria, a edição de uma sessão inteira pode sair de minha responsabilidade (ficando a de diagramar), aumentando a quantidade de conteúdo a publicar.

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Para participar, é preciso mandar um e-mail

para cordeis(yyandex.com com o seguinte:

e Assunto: “Cyanzine” e a sessão pretendida. Isso é opcional, para o caso de você ter uma sessão em mente.

e Anexo: O texto deverá ser enviado como anexo em formato ODT ou DOCK.

e Conteúdo: Eu afirmo a autoria e autorizo

a publicação do texto <TÍTULO> na revista digital gratuita CyanZine sob licença Creative Commons Atribuição Uso Não Comercial Compartilha loual. Declaro também ser detentor dos direitos necessários para tal. É preciso ter este texto (ou equivalente) no conteúdo da mensagem.

e Anexos adicionais: arquivo ODT ou DOCK com minibiografia e arquivo com foto. Opcional.

O último dia para envio de material será o dia 15 do mês anterior da publicação. O que não for aceito /aproveitado em uma edição pode vir a ser publicado em edições posteriores. Não necessidade de o texto ser inédito. Não qualquer remuneração prevista para o autor.

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